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Mais stress no trabalho e medo de que tecnologia elimine empregos preocupa maioria dos profissionais

A conclusão é de um estudo da Deloitte. A consulta alerta que é preciso ter cuidado com o défice na imaginação nas empresas (causado pela proliferação de “máquinas” que fazem quase tudo sozinhas) e criar espaços de criatividade (“digital playgrounds”).
2 Abril 2024, 13h57

Os profissionais consideram que os maiores obstáculos que enfrentam são o aumento do stress no trabalho (53%) e a ameaça de a tecnologia “sugar” os empregos (28%). Esta é uma das conclusões de um estudo internacional da Deloitte, que foi divulgado em Portugal esta terça-feira.

O Global Human Capital Trends 2024 descreve um “mundo do trabalho sem limites” no qual a Inteligência Artificial (IA) veio para ficar, uma vez que 70% dos inquiridos estão dispostos a delegar o máximo de tarefas possíveis a estes sistemas e 75% das empresas mundiais pretendem acelerar a sua utilização próximos cinco anos.

“Apesar de assistirmos a uma aceleração geral da utilização da tecnologia, muito potenciada na área da IA, deverá existir uma consciência real da importância do papel que as Pessoas têm nas organizações e na sustentabilidade das empresas. Essa poderá ser a chave para o sucesso das organizações, numa altura em que as abordagens tradicionais da forma como trabalhamos caem em desuso”, afirma Nuno Carvalho, partner da Deloitte.

Os consultores da Deloitte avançam que as organizações que colmatam a lacuna entre o saber e o fazer têm 1,7 vezes mais probabilidades de alcançar os resultados comerciais desejados e 1,7 vezes mais probabilidades de alcançar resultados humanos positivos. Segundo o sócio Nuno Carvalho, “apostar na sustentabilidade humana das organizações, dos mercados e da sociedade como um todo” é, cada vez mais, algo crítico para o sucesso das empresas.

É especialmente importante, na medida em que só 17% dos talentos consideram que a sua organização é eficaz na avaliação do valor criado por cada trabalhador para além das métricas tradicionais.

O relatório enumera oito tendências neste âmbito: valorização da sustentabilidade humana (o “S” de ESG), transparência com os trabalhadores para obter mais confiança, olhar de forma diferente para as métricas de produtividade, ter cuidado com o défice na imaginação (causado pela proliferação de “máquinas” que fazem quase tudo sozinhas), criar espaços de criatividade (laboratórios de teste ou digital playgrounds), desbloquear o potencial  humano e evoluir a capacidade de liderança para impulsionar o potencial humano.

Mais de metade (65%) dos respondentes acha que a criação de espaços como os digital playgrounds é importante, mas apenas 41% estão a fazer algo nesse sentido. Se o conseguirem fazer têm 1,6 vezes mais probabilidades de atingir ou exceder os seus objetivos financeiros, de acordo com a Deloitte.

O estudo concluiu ainda que os diretores (60%) e os trabalhadores (71%) mais próximos da rotina de trabalho em si reconhecem a importância das microculturas mais do que os seus líderes seniores.

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