Mais esclarecimentos sobre o fim do programa de emergência de compra de ativos e, um provável, aumento do tradicional programa do Banco Central Europeu (BCE). É este o cenário mais esperado pela generalidade dos analistas para a reunião desta quinta-feira do banco central, na qual a instituição presidida por Christine Lagarde também irá atualizar as projeções económicas.
“Esperamos a confirmação do fim do Programa de Compra de Emergência Pandémica (PEPP), com a redução gradual (tapering) até ao final de março de 2022 e a calibração para cima das compras mensais no programa de compra de ativos (APP)”, assinala Franck Dixmier, global CIO fixed income, Allianz Global Investors, numa nota de research.
O analista da Allianz GI destaca que o BCE deve apresentar os detalhes de uma nova fase da sua política monetária, que tinha caracterizado como “contundente e persistente”. “Esperamos, portanto, a confirmação do fim do PEPP, implementado em março de 2020, com uma redução gradual até março de 2022”, refere, acrescentado que por outro lado, “espera-se que o BCE anuncie um aumento temporário do APP “histórico”, com o aumento do volume mensal de compras de títulos dos atuais EUR 20 mil milhões para aproximadamente 40 mil milhões de euros”.
“Diante de um APP cujos critérios são restritivos (em termos da alocação-chave e dívida máxima de um país), a flexibilidade deve vir do reinvestimento de verbas do PEPP, superiores a 300 mil milhões de euros em 2022 e 2023, e da recalibração do APP”, antecipa.
Também o Goldman Sachs antecipa que o banco central provavelmente irá manter uma flexibilidade significativa no Quantitative Easing devido à incerteza da pandemia. Assim, o banco norte-americano projeta uma redução do ritmo de compras no programa de emergência pandémica para 50 mil milhões de euros mensais no primeiro trimestre de 2022. No entanto, outros parâmetros da política monetária deverão ser decididos apenas em 2022 ou depois, dada a atual incerteza.
Os analistas do banco de investimento esperam uma atualização das expectativas da inflação, dada a elevada pressão nos preços e as contínuas dificuldades nas cadeias logísticas a nível global, que deverá levar a uma subida da previsão neste indicador para os 2,7% em 2022, com 1,6% e 1,8% nos dois anos seguintes.
O economista da Allianz GI assinala ainda que a gestora não espera “nenhum anúncio de aumento das taxas de juros”, esperando-se uma manutenção das taxas de juro diretoras na zona euro em mínimos históricos.
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