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Manutenção em Cahora Bassa reduz produção de eletricidade em Moçambique em 2025

Segundo dados oficiais do executivo consultados hoje pela Lusa, com estimativas para 2025, está previsto “um decréscimo na produção de eletricidade de cerca de 1,3%, influenciado pela necessidade de manutenção de geradores e a redução do ciclo hidrológico” na HCB, “que representa cerca de 78,7% na estrutura de produção e exportação”.
21 Maio 2025, 19h43

A produção de eletricidade em Moçambique deverá cair 1,3% em 2025 devido a trabalhos de manutenção na Hidroelétrica da Cahora Bassa (HCB), a maior produtora do país e uma das principais barragens em África, prevê o Governo.

Segundo dados oficiais do executivo consultados hoje pela Lusa, com estimativas para 2025, está previsto “um decréscimo na produção de eletricidade de cerca de 1,3%, influenciado pela necessidade de manutenção de geradores e a redução do ciclo hidrológico” na HCB, “que representa cerca de 78,7% na estrutura de produção e exportação”.

Desta forma, Moçambique deverá produzir este ano 19.197,8 GigaWatt-hora (GWh) de energia elétrica, sendo 15.504,4 GWh garantidos pela HCB, na província de Tete, centro do país, neste caso uma redução de 4,1% face a 2024 e o valor mais baixo em quatro anos.

Globalmente, a produção de energia elétrica a partir de fontes hídricas, incluindo a barragem em Cahora Bassa, deverá recuar 4,1% este ano, enquanto a produção de energia elétrica pelas centrais térmicas deverá aumentar 17,6%, quase metade na central CTRG, a gás natural, que deverá garantir 1.196,3 GWh em 2025, mais 7,4% face a 2024.

A produção nos parques solares em Moçambique deverá recuar 5,8%, para 95,5 GWh este ano, segundo o mesmo documento.

A HCB é uma sociedade anónima de direito privado, detida em 85% pela estatal Companhia Elétrica do Zambeze e pela portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) em 7,5%, possuindo a empresa 3,5% de ações próprias, enquanto os restantes 4% estão nas mãos de cidadãos, empresas e instituições moçambicanas.

A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros, contando com quase 800 trabalhadores, sendo uma das maiores produtores de eletricidade na região austral africana, abastecendo os países vizinhos.

A barragem está instalada numa estreita garganta do rio Zambeze e a sua construção decorreu de 1969 a 01 de junho de 1974, durante o período colonial português, seguindo-se o enchimento da albufeira. A operação comercial teve início em 1977, com a transmissão dos primeiros 960 MegaWatts (MW), produzidos por três geradores, face à atual capacidade instalada de 2.075 MW.

A HCB prevê já a reativação do projeto da nova central, a norte, face à crescente demanda de eletricidade na região.

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