Marcelo Rebelo de Sousa admitiu esta segunda-feira, à saída de uma exposição que visitou em Lisboa, que o tema que irá discutir com António Costa, a propósito do caso que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba não deve ser tratado na praça pública tendo em conta que se trata de uma “matéria sensível de relevância nacional”.
Numa curta declaração aos jornalistas, o chefe de Estado não se quis alongar nas considerações sobre o que se conhece do caso que envolve o ministro João Galamba e como este tema vai determinar a conversa que terá com o primeiro-ministro.
Mesmo assim, o Presidente da República não retirou gravidade ao tema: “Em determinados temas particularmente sensíveis, o seu tratamento não é na praça pública. Não cabe nem a mim nem ao primeiro-ministro estar a dizer em que dia iremos conversar”.
Adiantou Marcelo Rebelo de Sousa que “matérias muito sensíveis de Estado são dossiers tratados discretamente. Tratando-se de uma matéria sensível de relevância nacional, o seu tratamento teria que ser discreto”.
No sábado, na Ovibeja, o Presidente da República escusou-se a comentar todo o caso da exoneração de Frederico Pinheiro, adjunto do ministro das Infraestruturas, João Galamba, alegando que a primeira pessoa com quem iria falar quando tivesse a informação completa sobre o caso seria com o primeiro-ministro.
Em conferência de imprensa, no passado sábado, o ministro das Infraestruturas considerou ter “todas as condições” para estar no Governo, negou contradições e realçou que os factos mostram que houve cooperação com a comissão de inquérito à TAP.
João Galamba disse que informou a ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, sobre a reunião preparatória pedida pelo PS e que podia participar, se quisesse, tendo recebido confirmação do interesse mais tarde, presença à qual não se opôs.
O governante afirmou ainda que reportou ao secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e à ministra da Justiça o roubo de um computador pelo adjunto exonerado Frederico Pinheiro, tendo-lhe sido dito que deveria comunicar ao SIS e à PJ.
O adjunto exonerado acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a “reunião preparatória” com a ex-CEO.
Sobre este tema, o presidente do PS, Carlos César, defendeu que o primeiro-ministro deve avaliar se há ou não necessidade de “algum refrescamento” no Governo, considerando ser preciso “maior rigor e disciplina” para evitar casos como os que têm envolvido a TAP.
Atualizada às 12h09
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com