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Marcelo não quer familiares no Governo: “Não me apareçam com mais nomes”

Marcelo Rebelo de Sousa admite que é preciso saber afastar a família do poder e que “família de Presidente não é Presidente”. O Presidente da República diz que é preciso impedir que as exceções se tornem regras.
28 Março 2019, 12h11

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou numa entrevista ao jornal Expresso que “não é bom misturar família com política”. Esta declaração surge no seguimento da nomeação de familiares de políticos para o presente elenco governamental.

O chefe de Estado é muito claro: “Não me apareçam com mais nomes”. No entanto, refere que embora não se possa “ser rígido, há sempre exceções à regra”. Esta regra é implícita para cargos no Governo ou em outras estruturas do Estado, e avisa que é preciso ter cuidado com as próximas nomeações.

Marcelo Rebelo de Sousa admite na entrevista que é alérgico aos riscos do nepotismo na imagem dos sistemas partidários e no efeito de fechamento que este provoca no Estado. “Pessoalmente fiquei marcado na infância e nestas questões eu levo o rigor a um ponto que às vezes peco por excesso”, assumiu o atual Presidente da República, que é filho de um ex-governante da ditadura.

Para explicar que “família de Presidente não é Presidente”, Marcelo Rebelo de Sousa invocou o nome do seu antecessor a propósito da nomeação de familiares no Governo de António Costa. O atual Presidente explica que Cavaco Silva é “insuspeito” e que se aceitou as quatro nomeações para o Governo foi porque “ponderou a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções”. E acrescenta ainda o exemplo do ex-Presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, que nomeou o irmão como ministro da Justiça. Ainda assim, admite que é preciso impedir que a exceção se torne uma regra comum.

Como se considera “pecador por excesso”, Marcelo Rebelo de Sousa admite que causou uma alteração ao protocolo por o seu filho ter sido convidado para discursar numa homenagem. Nuno Rebelo de Sousa, presidente da Câmara de Comércio Luso-Brasileira, vive no Brasil e é filho do chefe de Estado. Quando se realizou uma cerimónia de homenagem a Marcelo no Brasil, o Presidente português recusou que o filho fizesse um discurso porque garantiu que é preciso saber afastar a família do trabalho.

https://jornaleconomico.pt/noticias/teia-de-relacoes-no-governo-costa-e-parlamento-junta-27-pessoas-e-12-familias-no-poder-425976

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