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Marcelo pergunta, especialista do Infarmed responde: “Medidas atuais estão entre não fazer nada e o que adotamos em março”

O Presidente da República, que recordou que existem “medidas homogéneas para todos”, perguntou aos especialistas “até onde devem ir as medidas”, “em que situações se admitiria medidas extremas”, mas também sobre a possibilidade de regressar a “medidas semelhantes às adotadas no início da pandemia e que outros países têm vindo a adotar ao longo do tempo”.
Rui Ochoa / Presidência da República / Lusa
19 Novembro 2020, 13h26

No âmbito da reunião com o Infarmed esta quinta-feira, 19 de novembro, para esclarecimento do ponto de situação da Covid-19 em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para fazer algumas questões aos especialistas, nomeadamente sobre as medidas restritivas.

O Presidente da República, que recordou que existem “medidas homogéneas para todos”, perguntou aos especialistas “até onde devem ir as medidas”, “em que situações se admitiria medidas extremas”, mas também sobre a possibilidade de regressar a “medidas semelhantes às adotadas no início da pandemia e que outros países têm vindo a adotar ao longo do tempo”.

Em resposta a Marcelo Rebelo de Sousa, o epidemiologista Emanuel Carmo Gomes apontou que “neste momento, estamos com um conjunto de medidas que classificaria algures intermédio entre não fazer nada e aquilo que adotamos em março”.

Emanuel Carmo Gomes explicou que não defende “de forma nenhuma” o regresso “à situação de março”. “Sinceramente não vejo alternativa a uma situação muito parecida ou idêntica ou com algumas variantes relativamente aquela que vivemos nesta altura”, garantiu o especialista acrescentando que “por isso sempre defendi que deveríamos adotar uma faca mais cirúrgica deixando de atuar com faca romba, isto é que toma o país e as grandes regiões como um todo e começarmo-nos a dirigir a uma ação aos concelhos”.

“Sempre defendi que devíamos ter níveis de risco, devíamos estabelecer com clareza como é que transitava de um nível de risco para outro, devíamos elencar um conjunto de medidas que fossem comuns a todos os conselhos simples”, descreveu Emanuel Carmo Gomes sublinhando ainda a adoção “a cada concelho com colaboração das autoridades locais de saúde e municipais as medidas não só as gerais, mas as específicas para o concelho”.

Durante a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa destacou, citando a apresentação dos diversos especialistas, que “o próximo pico ainda [vai] chegar ou no final de novembro ou no começo de dezembro” e que “vários dos intervenientes disseram que as medidas tem de ser mantidas”.

O chefe de estado também enalteceu que os especialistas revelaram que “perceção dos portugueses, como alias se passa noutras sociedades é de degradação relativamente à capacidade dos decisores políticos e de degradação à capacidade de resposta dos serviços de saúde com números muito acentuados”.

 

 

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