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Marcelo Rebelo de Sousa “acha positiva” candidatura presidencial de Ana Gomes

Presidente da República deu a sua opinião em relação a temas “quentes” da atualidade e aos pontos fortes e fracos dos líderes partidários numa entrevista a Ricardo Araújo Pereira, gravada para a primeira emissão do programa da SIC “Isto é Gozar com quem Trabalha”.
1 Março 2020, 22h57

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse ao humorista Ricardo Araújo Pereira, numa entrevista gravada na sexta-feira e transmitida neste domingo, na estreia do programa da SIC “Isto é Gozar com quem Trabalha”, que “acha positiva” uma candidatura presidencial de Ana Gomes em 2021.

Respondendo a uma provocação de Ricardo Araújo Pereira, que lhe perguntou se a eventual candidatura da ex-eurodeputada seria mais desagradável para si ou para António Costa, o Chefe de Estado advertiu que não poderia falar pelo primeiro-ministro, mas que “a eleição é tanto mais importante quanto mais amplo for o leque de escolhas dos portugueses”. E fez questão de recordar que o deputado e líder do Chega, André Ventura, já oficializou a candidatura, ao contrário do que até agora fez Ana Gomes.

Salientando que a existência de alternativas “enriquece a democracia”, Marcelo manteve o tabu quanto à sua própria recandidatura. “Vamos imaginar que eu sou candidato. Para qualquer candidato só valoriza que haja o maior número de portuguesas e de portugueses a acharem que são os melhores”, disse o Chefe de Estado, numa entrevista gravada no Palácio de Belém.

Nos temas “quentes” da atualidade apresentados pelo humorista, que desafiou o entrevistado a dizer algo “que fizesse as manchastes dos jornais na manhã seguinte” – “essa coisa de aparecer amanhã nas manchetes dos jornais já não existe”, corrigiu o Presidente da República, recordando Ricardo Araújo Pereira que as notícias surgem logo no online -, Marcelo Rebelo de Sousa recusou-se a comentar um eventual veto à legislação que despenaliza a eutanásia. “Os humoristas acham que o humor pode cobrir tudo na vida. Eu não sou humorista, não tenho talento para isso”, atalhou, dizendo que não se sente à vontade em falar nesse registo de questões que envolvem “valores muito sensíveis para as pessoas que os vivem, legitimamente, com pontos de vista diferentes”.

Mais incisivo se mostrou quanto ao furto e reaparecimento de armamento dos Paióis Militares de Tancos. “Essa polémica tem de desaparecer e a única maneira de desaparecer é haver responsabilidades e culpados”, disse. “Repetirei ‘n’ vezes, doa a quem doer, caia quem cair, do topo até à base: não é possível converter em normal aquilo que é patológico”, realçou.

 

No que toca à sua opinião dos líderes partidários, Marcelo Rebelo de Sousa salientou a “capacidade de resistência física e psíquica” de António Costa, com quem tem “convívio praticamente diário”, dizendo que “aquilo que impressiona favoravelmente é o otimismo”, mas ressalvando o lado negativo que isso acarreta: “Maximiza os cenários favoráveis e minimiza a hipótese de cenários favoráveis.”

De Rui Rio, o Chefe de Estado elogiou a “grande determinação”, patente na vida e na intervenção na soeiedade, sendo o contraponto o facto de “a determinação levada ao extremo poder ser uma teimosia”. De igual modo, elogiou a capacidade de comunicar de Catarina Martins, pois “a mensagem passa e passa com muita eficácia”, mas “essa facilidade e eficácia de comunicação muitas vezes pode dar ideia de frieza e dureza”.

Marcelo elogiou ainda o afeto demonstrado por Jerónimo de Sousa no trato com as pessoas. “Dá a sensação de que tem o peso do mundo em cima dos ombros”, disse o Presidente da República, que acrescentou conhecer o novo líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, desde que este presidia a Juventude Popular.

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