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Marcelo reúne-se hoje com banqueiros para discutir respostas para empresas e famílias

Presidente da República reúne-se hoje com os presidentes dos principais bancos portugueses. “Isto é uma corrida contrarrelógio e a banca tem de entrar na corrida contrarrelógio. A economia precisa do dinheiro mais cedo, as famílias precisam do dinheiro mais cedo, os trabalhadores precisam de trabalho mais cedo, precisam de salários mais cedo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
  • Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República handout via Lusa
6 Abril 2020, 08h17

O Presidente da República vai reunir-se hoje com os líderes dos maiores bancos portugueses, via videoconferência, para discutir as respostas da banca a empresas e famílias na crise provocada pelo novo coronavírus (Covid-19).

Depois de tanto o primeiro-ministro como o líder do PSD terem defendido publicamente que os bancos têm de ter um papel ativo na recuperação da economia portuguesa e na mitigação do impacto negativo da Covid-19 nas empresas e famílias, o Chefe de Estado vai reunir-se com os presidentes dos principais bancos para ouvir como é que está decorrer a “agilização para que o dinheiro chegue ao terreno”.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que depois dos portugueses terem contribuído para os bancos portugueses arrumarem a casa e estabilizarem os seus balanços, chegou agora a altura da banca também contribuir num momento em que já é certo que Portugal venha a sofrer este ano uma crise económica.

“A banca deve ao país, por causa das circunstâncias que todos conhecemos, de uma crise que vivemos há anos, um contributo muito importante durante anos. Cada português contribuiu para viabilizar bancos e que felizmente, mérito desses bancos, se viabilizaram, deram a volta por cima”, disse o Presidente da República no sábado, citado pela Lusa.

Conforme avançou o jornal Expresso no sábado, o Presidente vai reunir-se com os presidentes dos cinco maiores bancos portugueses: Caixa Geral de Depósitos (Paulo Macedo), BCP (Miguel Maya), Novo Banco (António Ramalho), Santander (Pedro Castro e Almeida) e BPI (Pablo Forero).

Assim, Marcelo aponta que é preciso que a banca “pegue nas linhas de crédito e faça chegar às empresas, agilize, facilite, porque os processos bancários às vezes são demorados e difíceis”.

“Isto é uma corrida contrarrelógio e a banca tem de entrar na corrida contrarrelógio (…) porque a economia precisa do dinheiro mais cedo, porque as famílias precisam do dinheiro mais cedo, porque os trabalhadores precisam de trabalho mais cedo, precisam de salários mais cedo”, afirmou o Presidente.

O Presidente da República congratulou os bancos que decidiram não distribuir dividendos, tal como o BCP. “Não distribuem dividendos, quer dizer, pegam nos lucros que iam dar aos acionistas, muitos deles são estrangeiros, e dizem aos acionistas estrangeiros, aos americanos, aos chineses, aos espanhóis, aos angolanos e aos portugueses também: não há nada para ninguém em termos de lucros porque precisamos de pegar nesse dinheiro e investir na economia portuguesa. Eu acho que isso obviamente é uma decisão muito sensata, muito sensata”, disse no sábado.

A reunião do Presidente com os cinco principais banqueiros acontece depois de na sexta-feira Rui Rio ter defendido que a banca tem de contribuir ativamente para a recuperação económica do pais.

“Aquilo que tem de ser o objetivo da banca tem de ser o lucro zero no exercício de 2020 e no exercício de 2021”, disse o presidente do PSD no Parlamento na sexta-feira.

“Se a banca apresentar em 2020 e em 2021 lucros avultados, esses lucros serão uma vergonha e uma ingratidão para com os portugueses”, afirmou.

O líder do PSD destacou que  “se as empresas morrerem, a banca morre com elas”.

Também o primeiro-ministro já veio a público defender que os bancos nacionais devem ajudar empresas e famílias a superarem esta crise.

“E que [os bancos] nunca possam esquecer que já contaram com a comunidade nacional no suporte à sua atividade quando a crise financeira os atingiu duramente, agora é a fase de serem os bancos ajudarem todos aqueles que são essenciais de serem ajudados de forma a que os rendimentos possam ser assegurados, a atividade económica possa continuar, e não acrescentemos esta crise de saúde pública, uma crise económica que temos todos que trabalhar para conseguir evitar na medida do possível”, declarou António Costa a 19 de março.

A 26 de março, o Governo aprovou o decreto-lei que estabelece as medidas excecionais de apoio a particulares, empresas e instituições de solidariedade social devido à Covid-19. Esta legislação estabelece uma moratória de juros e capital de seis meses, tanto para o crédito habitação permanente, como para os empréstimos de empresas de qualquer dimensão.

Numa das linhas de crédito aprovadas pelo Governo, já foram atribuídos apoios de 365 milhões de euros para apoiar 817 empresas, segundo um balanço feito pelo ministério da Economia na quinta-feira.
A Linha de Crédito Capitalizar 2018-COVID-19, concedida através dos bancos, foi lançada a 12 de março e já atribuiu mais de 90% da sua capacidade total de 400 milhões de euros.

 

https://jornaleconomico.pt/noticias/governo-aprova-moratoria-de-seis-meses-para-particulares-e-empresas-566259

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