A diretora de informação da RTP Maria Flor Pedroso colocou esta segunda-feira o seu lugar à disposição, depois da polémica em torno do programa “Sexta às 9”, que a levou ao parlamento. O conselho de administração do canal público informou, ao final desta manhã, que aceitou a decisão e agradeceu o trabalho desenvolvido pela jornalista.
Em comunicado enviado às redações, o conselho de administração da RTP diz que recebeu uma comunicação da diretora de informação Maria Flor Pedroso a colocar o seu lugar à disposição, “por esta considerar que, face aos danos reputacionais causados à RTP, não tem condições para a prossecução de um trabalho sério, respeitado e construtivo, como sempre tem feito”.
O conselho presidido por Gonçalo Reis esclarece ainda que acredita que a linha editorial que vinha a ser desenvolvida pela direção de Maria Flor Pedroso, “assente num jornalismo objetivo e rigoroso, livre e independente, isento e plural”, cumpria um “serviço público de excelência, em absoluto contraste com a crescente tendência para um jornalismo populista e sensacionalista que repudiamos veementemente e que é imperativo combater”.
A ex-diretora de informação da RTP garantiu, na semana passada, que “nunca” informou a diretora do Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCEM) sobre a investigação que o programa “Sexta às 9” estava a fazer sobre a instituição, refutando acusações da jornalista Sandra Felgueiras.
Em causa está um relato feito pela coordenadora do programa em conselho de redação da RTP, a 11 de dezembro, em que adiantou que estavam a investigar suspeitas de corrupção no âmbito do processo de encerramento do ISCEM, o que passava pelo alegado recebimento indevido de dinheiro. Sandra Felgueiras acusou Maria Flor Pedroso de ter transmitido informação privilegiada à visada na reportagem, mas a diretora “rejeitou liminarmente” essas declarações, embora tenha admitido ter falado com a visada da reportagem do”Sexta às 9″.
Após as acusações, mais de uma centena de jornalistas saíram em defesa de Maria Flor Pedroso, através de um abaixo-assinado. Entre os subscritores, que asseguram que “é jornalista há mais de 30 anos, sem mácula”, estão Adelino Gomes, Ana Sousa Dias, Anselmo Crespo, António Borga, Carlos Andrade, Cesário Borga, Cristina Ferreira, Fernando Alves, Francisco Sena Santos, Goulart Machado, Henrique Monteiro, João Garcia, João Paulo Guerra, José Carlos Vasconcelos, José Mário Costa, José Pedro Castanheira, José Silva Pinto, Luísa Meireles, Nicolau Santos, Ricardo Costa, Rui Pêgo, São José Almeida e Sérgio Figueiredo.
A administração da RTP vai nomear, em breve, uma nova direção.
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