[weglot_switcher]

Portuguesa Precise aposta no recrutamento internacional e começa a colocar médicos lá fora

Nuno Neves, CEO da Precise, revela ao JE que a empresa de ‘outsourcing’ de saúde e recrutamento de TI está a expandir os seus serviços de recrutamento para a Europa e o Médio Oriente, com o foco na saúde. É a resposta ao crescimento da oferta e da procura, justifica.
29 Fevereiro 2024, 07h30

O CEO da Precise adianta ao Jornal Económico (JE) que a empresa de recursos humanos e outsourcing especializada nos sectores da saúde e tecnologias de informação, que coloca os chamados “médicos tarefeiros” em Portugal, vai internacionalizar a atividade à boleia do crescimento da oferta e da procura por profissionais qualificados nestes ramos.

“Neste momento, em Portugal, os profissionais de saúde estão à procura de outras oportunidades. Basta olhar para os números de emigração que temos tido com os profissionais de saúde portugueses, que aumentam todos os anos”, afirma Nuno Neves.

Se do lado da oferta existe disponibilidade, esta também se faz sentir do lado da procura externa, adianta. “Com a procura crescente por profissionais de saúde expressa diariamente por aqueles com quem comunicamos, refletindo uma insatisfação crónica, e também com o aumento das solicitações de parcerias por parte de empresas estrangeiras que procuram a nossa ajuda para encontrar os profissionais certos para os seus projetos, tornou-se evidente que o próximo passo a ser dado era: colocarmo-nos à disposição do mercado internacional”.

A aposta na expansão da área de recrutamento internacional tem o foco no Médio Oriente e na Europa, sobretudo nos mercados de França, Bélgica e Inglaterra, adianta Nuno Neves ao JE.

Este movimento, salienta o gestor, é especialmente claro na área da saúde e nas TI, nas quais a Precise possui expertise e acredita poder agregar valor. A empresa passará, assim, a colocar médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde, mas também programadores e engenheiros informáticos e outras valências em IT (tecnologias de informação) no estrangeiro.

A aposta está direcionada para os perfis mais pedidos até agora, que correspondem a profissionais entre os 30 e os 45 anos.

A Precise vende serviços end-to-end e dispõe de uma base de dados com mais de 80 mil profissionais. Na área da saúde a base integra cerca de 30 mil profissionais, dos quais cerca de 11.000 são médicos. Os chamados “médicos tarefeiros”. A percentagem de enfermeiros também é grande.

No país, a Precise reivindica o estatuto de grande fornecedor de serviços médicos não especializados nos cuidados de saúde primários, recrutando este perfil para entidades como a ARS Lisboa e Vale do Tejo, ARS Alentejo, ARS Algarve e Açores.

Em 2023, segundo dados fornecidos ao JE por Nuno Neves, a empresa esteve envolvida em 80 projetos em Portugal, resultando na contratação de 780 profissionais para os sectores da saúde e tecnologia, totalizando 550.000 horas alocadas. Os perfis mais procurados incluíram médicos de clínica geral e especialistas, enfermeiros, médicos dentistas, técnicos de saúde, auxiliares e assistentes de medicina dentária, bem como profissionais de desenvolvimento, análise de dados (data science) e DevOps (Desenvolvimento e Operações).

Só desde o início da campanha de vacinação sazonal do outono-inverno 2023-2024, a 29 de setembro de 2023, a Precise alocou mais de 300 profissionais de saúde, que dedicaram um total de 26 mil horas à administração de vacinas a residentes de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e a cidadãos em centros de vacinação, na região de Lisboa e Vale do Tejo.

A empresa conta com 26 colaboradores. No início de 2023 adotou a semana de quatro dias, de forma intercalada, ou seja, cada colaborador tem uma semana de quatro dias quinzenalmente. “Um dos maiores sucessos desta medida foi a taxa nula de absentismo e de turnover entre colaboradores internos”, afirma Nuno Neves.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.