O comentador político Luís Marques Mendes considerou este domingo a TAP como “o grau zero da política” portuguesa, por estar associada a “imaturidades, mentiras, irresponsabilidades e promiscuidades”.
Para Luís Marques Mendes, as revelações que têm sido feitas nas audições da comissão parlamentar de inquérito à tutela política gestão da TAP ultrapassam todas as polémicas ao longo dos últimos anos na companhia aérea. “É a lei do vale tudo. É muito difícil haver qualquer coisa ainda pior que esta realidade, que esta semana ficámos a saber toda a dimensão, como quem diz. Não sei se não vamos ter mais casos nas próximas audições”, afirmou, no habitual espaço de comentário no “Jornal da Noite” da SIC.
Na opinião do ex-governante social-democrata, os seis piores exemplos na TAP foram: Pedro Nuno Santos, Hugo Mendes, João Galamba, Christine Ourmières-Widener, a própria TAP e a WhatsApp.
“Pedro Nuno Santos é o maior culpado disto tudo. Mentiu desde o início, porque disse que não sabia de nada e veio-se agora a saber que afinal sabia de tudo (das negociações e até do valor da indemnização que ajudou a negociar), portanto sai muito afetado na sua credibilidade”, argumentou, antecipando um “custo político enorme” para o antigo ministro da Infraestruturas e Habitação.
Já Hugo Mendes é caracterizado por Luís Marques Mendes como “irresponsável e imaturo”, dado que quis mudar um voo para agradar ao Presidente da República, impediu a TAP de falar com o Ministério das Finanças, ajudou a TAP o escrever o esclarecimento que ele próprio pediu à TAP. “Nunca devia ter sido secretário de Estado na vida nem diretor geral de nada”, frisou o comentador político, na SIC.
Por sua vez, João Galamba é exemplo de promiscuidade, porque terá promovido uma reunião secreta entre o PS e a CEO da TAP para preparar a audição parlamentar, algo que é como se um juiz, na véspera de um julgamento em tribunal, reunisse com uma das partes.
A CEO demissionária da TAP, Christine Ourmières-Widener, está nesta lista de Luís Marques Mendes, porque, após ter sido demitida, criticou o Governo de pressões políticas, mas depois omitiu essas mesmas críticas para segurar o bónus.
Quanto ao grupo TAP, é um mau exemplo por ainda não ter informado a ex-administradora Alexandra Reis do valor que tem a devolver.
E a rede social WhastApp? “A WhatsApp tornou-se num Diário da República, por ter sido o meio através do qual o Governo tomou decisões importantes”, lamentou o advogado e ex-ministro, que aproveitou a ocasião para elogiar a “expressão feliz” utilizada pela economista Susana Peralta num artigo de opinião no jornal “Público” a propósito da TAP: “Bandalheira”.
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