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Marques Mendes abdica da vacina como conselheiro de Estado. “Tomarei quando for chamado”

O comentador político considera que o Conselho de Estado não é prioritário, lembrando que os membros só se reúnem de três em três meses por ser “um órgão consultivo e decisório”.
7 Fevereiro 2021, 22h03

O antigo líder do PSD, Marques Mendes anunciou que não vai tomar a vacina a que tem direito como conselheiro de Estado e que vai esperar pelo momento da sua faixa etária, como “qualquer cidadão”.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, este domingo, Marques Mendes explicou que tomará a sua vacina “quando for chamado, mas não como membro de Conselho de Estado”, argumentando que no seu critério de prioridades “para cargos de estado, não está o Conselho de Estado por ser rum órgão consultivo e não decisório, e portanto não deve ser prioridade”, reforçou.

Quanto à demissão de Francisco Ramos da coordenação da task force da vacinação contra a Covid-19, o comentador considera que a saída foi feita “com dignidade”, embora se tenha deixado “em algumas retóricas políticas que não foram nada agradáveis”.

“Mas foi uma saída com dignidade e a sua substituição feita por um militar conceituado. É uma escolha positiva, natural”, reforçou, acrescentando que o seu sucessor deve ter em conta o plano de vacinação que está, atualmente, “muito descredibilizado”.

“Este processo de vacinação tem estado extremamente politizado e é necessário despolitizar, muito menos partidarizado”, analisou. “Hoje o plano de vacinação está muito descredibilizado. A questão dos abusos, as interpretações — E isto é mau. No lugar do novo coordenador, a primeira coisa que faria seria revisitar o programa e alterar aquilo que tem que ser alterado. Torna-lo mais transparente, objectivo e claro”, frisou.

Segundo os dados que apresentou, esta noite, Portugal situa-se, neste momento, ligeiramente acima da média europeia quanto ao número de doses administradas por 100 pessoas. “Portugal está em 12º lugar com 3,57 doses administradas por 100 pessoas, ficando assim acima da média da União Europeia (3,55)”, reforçou Marques Mendes. No entanto, um aspeto que “corre mal” é a escassez de vacinas na União Europeia comparativamente a outras regiões. Israel soma 61,66 doses de vacinas administradas por 100 pessoas, enquanto que Reino Unido tem 16,91 e os Estados Unidos 10,64.

“Muito mal” está a questão da vacinação nos políticos por falta de consenso. “Sempre disse que devem haver poucas excepções e o que há são muitas o que está a criar confusão”, referiu, exemplificando a discussão no Parlamento onde”não se entende quanto às pessoas que são prioritárias”.

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