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Marques Mendes: “António Costa é o grande vencedor” de Centeno não ir para o FMI

“Mário Centeno perdeu. Ao longo desta semana ficou muito claro que ele tinha muita vontade de sair do Governo e de ir para o FMI”, afirmou o comentador.
  • Cristina Bernardo
4 Agosto 2019, 22h36

A escolha da búlgara Kristalina Georgieva pelos parceiros europeus como candidata ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em detrimento de Mário Centeno, é uma boa notícia para o primeiro-ministro porque não vai perder o seu ministro das Finanças, defende Marques Mendes.

“Nesta questão ganhou António Costa, é o grande vencedor. O primeiro-ministro apoiava Mário Centeno, mas nunca se entusiasmou com a ideia, nunca se apaixonou pela ideia de o seu ministro das Finanças sair para ir para o FMIDava-lhe jeito que ele ficasse cá, que fosse um trunfo eleitoral”, disse o comentador este domingo, 4 de julho, na SIC.

“Por outro lado, Mário Centeno perdeu. Ao longo desta semana ficou muito claro que ele tinha muita vontade de sair do Governo e de ir para o FMI. É uma derrota pesada porque ele não só conseguiu a eleição, como se percebe que ele está contrariado, não está de alma e coração, queria sair”, destacou o comentador.

Mário Centeno anunciou na quinta-feira que o seu nome não iria entrar na votação que ia ter lugar pelos parceiro europeus na sexta-feira, como forma de ajudar a encontrar um consenso. Todavia, o comentador apontou que “toda a gente percebeu que Mário Centeno saiu da corrida porque não tinha votos, condições para ser eleito”.

Sobre a sua continuação em Portugal, o comentador fez uma comparação com um jogador de futebol. “Isto faz-me lembrar aqueles jogadores de futebol que estão no nosso campeonato, mas querem sair para o estrangeiro, mas depois não conseguem fazer a transferência e ficam a jogar na equipa contrariados. É o que está a acontecer um bocadinho com Mário Centeno: fica, mas fica contrariado”.

Marques Mendes defende que o ministro das Finanças deveria aproveitar para sair nesta altura, pois está “em alta cá dentro e no Eurogrupo”.

“Acho que isto foi um erro político de Mário Centeno, precipitou-se um pouco, e ele pode estar próximo de cometer um segundo erro. Desistiu da ideia que chegou a ter de ser comissário europeu, em principio não vai ser comissário europeu. Acho que isso vai ser outro erro, porque se ele fosse agora para a Comissão Europeia, saia em alta, saia em grande, porque está em alta cá dentro e no Eurogrupo. Se sair mais tarde, em 2021, não se sabe se vai sair em alta, se vai sair em grande. Julgo que daqui a um ou dois anos, vai perceber melhor estes erros que está a cometer”, acrescentou o comentador.

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