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Marques Mendes diz que Costa precisa de Mário Centeno para ganhar votos nas legislativas

É um resultado histórico o défice de 0,5% do PIB, considerou Marques Mendes que elogiou Mário Centeno por não ter cedido às pressões despesista. “Por isso o ministro das Finanças é o maior trunfo político de António Costa que por isso o quer no novo Governo”, disse o comentador que em tempos vaticinou que Centeno não ficaria na próxima legislatura.
31 Março 2019, 21h01

A aproximação do PSD e PS nas sondagens da Aximage (que dá 29% ao PSD e 34% ao PS) nas eleições europeias (vistas como a antecâmara das legislativas) , foi comentado por Luís Marques Mendes hoje na SIC, no habitual espaço de comentário. Os cabeças de lista para as Europeias contam para este resultado. A escolha do PSD, Paulo Rangel, é mais forte, na opinião do comentador, do que Pedro Marques, o candidato do PS, que “não foi propriamente um ministro forte”.

“O PSD está mais pacificado internamente”, disse ainda o comentador que lembrou também alguns erros políticos do Governo de António Costa, e citou o caso dos conflitos sociais. “O Governo não contava com tamanho surto de greves e de conflitualidade social”, disse.

É um resultado histórico o défice de 0,5% do PIB, considerou Marques Mendes que elogiou Mário Centeno por não ter cedido às pressões despesista. “Por isso o ministro das Finanças é o maior trunfo político de António Costa que como tal o quer no novo Governo”, disse o comentador que em tempos vaticinou que Centeno não ficaria na próxima legislatura por causa da aproximação de uma estagnação económica.

Há 47 anos que não havia um défice orçamental tão baixo, lembrou. O ministro das finanças tem a meta de o baixar para 0,2% este ano.

A vantagem disto é a redução dos juros soberanos, a melhoria da imagem de credibilidade do país na Europa, e sobretudo porque “menos défice é menos necessidade de dívida”. Isto apesar de subir a carga fiscal em 35,4%, a maior subida desde 2000, ultrapassando Vítor Gaspar e o seu “aumento colossal de impostos”, que em 2013 governava as Finanças de um país com uma carga fiscal de 34,3%.

“Vítor Gaspar tem a fama, Mário Centeno tem o proveito”, referiu.

“Centeno é o campeão da carga fiscal”, reforçou. Este peso da receita fiscal tem sido justificado em parte com o aumento da atividade económica e queda do desemprego.

“Se não foi feita uma redução significativa de impostos até aqui, também já não o vai ser feito. Desperdiçámos uma oportunidade, porque a economia está a arrefecer”.

Sobre a permanência de Mário Centeno no Governo, Marques Mendes considerou que será um grande trunfo eleitoral de António Costa. O comentador diz que “é muito raro ver-se esta situação: é o primeiro-ministro que precisa do ministro das Finanças, não é o ministro das Finanças que precisa do primeiro-ministro.”

Isto porque António Costa já disse que queria Mário Centeno no próximo Governo. “Se Centeno quer ficar ou não num próximo Governo só o futuro o dirá. Agora, uma coisa é certa: António Costa quer desesperadamente que ele fique”, disse adiantando que “Mário Centeno tem hoje duas condições essenciais para ganhar eleições e para governar – popularidade e credibilidade”.

Mário Centeno fez mudar a natureza do PS em matéria financeira. Tradicionalmente o PS era visto como um partido despesista e gastador, incapaz de ter contas em ordem.

A proliferação de relações familiares no Governo “dá uma ideia de um padrão”, diz o comentador que considera que são um exagero, e que agravam a qualidade da democracia. “Há que dizer que este caso é um incómodo para o PS e um dano para a democracia

“.”Isto é um sintoma que as coisas não estão bem nos partidos, estão muitos virados para dentro de si e fechados para sociedade”, disse.

“É preciso uma reforma do sistema político e sobretudo do sistema eleitoral”, defendeu o comentador.

A propósito deste tema, Luís Marques Mendes aproveitou o espaço de comentário ao domingo para responder ao líder do Grupo Parlamentar do PS. Carlos César chamou o caso de Marques Mendes, do seu pai e da sua irmã, para responder aos ataques políticos da oposição ao caso do family gate do Governo.

Carlos César lembrou que o pai do comentador foi deputado na primeira, terceira e quarta legislatura, o próprio foi “ministro por cinco vezes”, deputado e líder parlamentar e “a sua irmã, Clara Marques Mendes, é deputada e dirigente parlamentar”.

O antigo líder do PSD diz que Carlos César “veio confundir as coisas”, porque nesse caso não se trata de “acumulação de cargos no mesmo governo ou na Assembleia”.

“Eu estive no governo durante anos, o meu pai nunca esteve no governo”, disse . “O meu pai [António Marques Mendes] foi deputado da Assembleia da República, eu fui deputado da Assembleia da República já muitos anos depois do meu pai sair, nunca estivemos juntos” e a  “eu já acabei a minha vida política há 12 anos, a minha irmã é deputada há meia dúzia de anos, portanto nunca houve essa confusão que Carlos César estava a apontar. Foi um tiro ao lado”, disse.

Sobre a comissão de inquérito à CGD, disse que o ex-Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, que elegeu como o ‘pior da semana’, foi de “grande sobranceria” na audição parlamentar.”Deu uma demonstração de displicência e de arrogância”, apontou Marques Mendes.

 

Por fim deixou um elogiou o empresário que morreu esta semana João Vasconcelos, e ao histórico assessor do PSD, Zeca Mendonça cujo enterro foi hoje.

(atualizada)

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