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Marques Mendes diz que Costa “salvou” campanha do PS para as eleições europeias

A lei do reconhecimento dos nove anos congelados para a progressão de carreira dos professores não vai passar no Parlamento, antevê o comentador. “A lei dos 9 anos acabou”, disse.
5 Maio 2019, 23h36

Luís Marques Mendes, no seu comentário na SIC, mostrou estar ao lado do primeiro-ministro socialista no caso do decreto-lei que “mitiga os efeitos do congelamento” das carreiras dos professores entre 2011 e 2017, mas que conta apenas dois anos, nove meses e 18 dias para efeitos de contagem do tempo de serviço.

“António Costa mostrou alguma táctica inteligente. Pois, estava em dificuldades na campanha das eleições europeias, estava em dificuldades com a geringonça por causa da lei de bases na saúde, estava a cair nas sondagens, ou seja, estava à defesa. Agora passou ao ataque”, disse o comentador.

Marques Mendes considera que houve ingenuidade no PSD e CDS que permitiu o chamado “golpe palaciano de Costa”.  Isto, “porque colocaram condições para aprovar os nove anos reinvindados pelos professores” e acabaram por aprovar já sem condições, disse, ao mesmo tempo que criticou o PSD e o CDS por se terem posto de braço dado com o PCP e com o Bloco de Esquerda. ” O PSD e CDS não devem, em matéria financeira e orçamental, votar ao lado do PCP e BE”.

Marques Mendes defende assim que, este episódio salvou a campanha do PS para as eleições europeias. “Costa ganhou autoridade”, disse. O comentador diz mesmo que Costa “salvou” a campanha do PS para as eleições europeias, por surgir agora como o responsável em matéria de equilíbrio orçamental. Marques Mendes considera que Costa ganhou o espaço para voltar a pedir a maioria absoluta.

“A campanha estava um desastre, agora ganha um novo élan e mobilização”, defendeu Marques Mendes.

Esta crise política acabou hoje, disse o comentador. “António Costa bateu o pé, dramatizou, ameaçou demitir-se, o PSD e o CDS foram obrigados a recuar, pôs ordem na própria casa e pôs fim a esta crise”, começou por dizer Marques Mendes.

“António Costa teve um discurso responsável, com alguma dose de táctica e de oportunismo político”, referiu o comentador que concorda com “a questão de fundo” sobre os professores.

A contagem integral do tempo congelado,  para efeitos de progressão de carreira dos professores, é “uma decisão financeira insustentável”, coisa que Rui Rio reconhece e daí propor uma cláusula de salvaguarda do equilíbrio orçamental, disse Marques Mendes.

Mas há ainda um ponto mais importante que é o da equidade, pelo facto de ser uma “medida injusta para a generalidade dos trabalhadores do privado que sofreram com a crise e que não viram as suas carreiras reparadas e ainda dos pensionistas, os funcionários públicos em geral, os trabalhadores por conta de outrem, os desempregados, os emigrados”, disse.

Por fim, defendeu Marques Mendes, esta “campanha” de defesa da reinvindicação dos professores acabou. “Acabou para os professores a ideia dos 9 anos”.

“Isto agora, o que vai acontecer em plenário é que não passa na votação  a lei com os 9 anos porque o PS não vai votar as condições levadas a votação pelo PSD”, disse o comentador.

“Na minha opinião, mesmo que a lei avançasse, os professores nunca teriam os 9 anos: primeiro, porque podia chumbar no Tribunal Constitucional; depois, porque podia ter um veto do Presidente da República; e mesmo que entrasse em vigor o governo não a cumpriria, porque não inscrevia no OE, ano a ano, as verbas necessárias”, disse ainda.

 

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