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Marques Mendes: “Remodelação foi positiva para o Governo”

O comentador político considera que proposta de Orçamento do Estado para 2019 “é altamente eleitoralista”.
14 Outubro 2018, 22h16

A remodelação governamental anunciada hoje, dia 14 de outubro, “é positiva” para o Executivo de António Costa, no entender do comentador político Luís Marques Mendes.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes disse há minutos que o Governo ficou “mais coeso”, “mais político” e “mais partidário”.

“Penso que fica com uma equipa mais eficaz”, defendeu o comentador.

Luís Marques Mendes disse ainda que o novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, foi um “ótima escolha”, mas alertou que “tem já para começar um teste” relativo à recondução ou não do atual Chefe de Estado Maior do Exército, que considera ter ficado “anda mais fragilizado” com a saída de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa  na sequência do roubo do material militar dos paióis de Tancos.

Sobre a nomeação de Pedro Siza Vieira para novo ministro da Economia, Luís Marques Mendes defendeu que “desde há um ano ele era o verdadeiro ministro da Economia”. “Agora passa também a ser de facto”, considerou.

“Esta remodelação teve um autor moral, que foi Azeredo Lopes, e um autor material, que foi António Costa”, destacou Marques Mendes.

O comentador acrescentou que com esta remodelação, o primeiro-ministro gerou uma surpresa, criou um facto político novo e desviou as atenções do caso de Tancos.

Sobre o Chefe de Estado Maior do Exército, Luís Marques Mendes advogou que “deveria aproveitar a nomeação do próximo ministro da Defesa para colocar o cargo à disposição”.

Quanto a António Costa, o comentador admitiu que “tem muita habilidade política”, mas em relação ao caso de Tancos “teve um comportamento relativamente desastroso”, porque “não demonstrou grande capacidade de decisão, não demonstrou grande sentido de Estado e não foi muito prudente”.

“Isto não é bom para o primeiro-ministro. Nos dois grandes problemas que ao longo dos três anos de governo, António Costa andou a reboque dos acontecimentos, ou por pressão do Presidente da República [no caso da demissão da anterior ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, na sequência dos incêndios que ocorreram faz amanhã, dia 15 de outubro, um ano] ou por pressão da opinião pública”, observou Luís Marques Mendes.

O analista entende ainda que António Costa “tem o defeito de brincar com coisas sérias”.

O comentador defendeu ainda que a nomeação de um deputado socialista para a ERSE, o órgão regulador dado setor da energia “é um escândalo”. “Um deputado não é independente”, alertou Marques Mendes.

O anterior dirigente do PSD espera que Matos Fernandes, ministro do Ambiente que agora vai passar a gerir a pasta da Transição Energética “reverta esta situação” e que “ponha ordem na casa”.

Sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2019, Luís Marques Mendes considera que “é altamente popular, com as pensões, a Função Pública, subsídios para o interior do país e os passes sociais”. “É altamente eleitoralista”, concluiu.

Relativamente aos passes sociais, Luís Marques Mendes revelou que o novo modelo irá arrancar em Lisboa e no Porto a partir de 1 de abril de 2019.

 

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