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Marques Mendes sobre eleições em Espanha: “O tempo das maiorias absolutas acabou. Vai ter que haver uma coligação”

As notas da semana de Marques Mendes no seu comentário na SIC. O comentador falou sobre o recuo do Governo na Saúde, as eleições em Espanha e o fim da OPA na EDP.
28 Abril 2019, 21h20

Luís Marques Mendes, comentador político afirmou momentos depois do fecho das urnas em Espanha que “a Europa precisa de uma Espanha com estabilidade. Portugal precisa de uma Espanha com estabilidade”.

O comentário vem depois das eleições que deram vitória ao PSOE, partido de Pedro Sánchez. Apesar da vitória o partido socialista vê-se à quem da maioria absoluta, tendo como opção uma possível coligação entre partidos.

“O tempo das maiorias absolutas em Espanha acabou”, sublinhou o comentador. “Pela primeira vez  na vida a Espanha vai ter que fazer uma coligação.” Sánchez terá de garantir pelo menos o apoio do Podemos e dos partidos separatistas (como a ERC, da Catalunha, e o PNV, do País Basco) para continuar a governar, de acordo com as três sondagens publicadas pela comunicação social espanhola esta noite.

“Vai ser uma grande complicação. Uma geringonça à direita é impossível. Uma à esquerda vai precisar dos nacionalistas quer da Catalunha quer do País Basco. Juntar tudo isto pode ser muito difícil”, sublinha, comparando ser mais difícil do que a coligação entre PCP e BE.

Fim da OPA chinesa à EDP

“Quem foram os derrotados foram os chineses, por falta de condições e falta de jeito. O Governo também é derrotado por ter apoiado esta OPA desde o inicio”, sublinha o comentador.

Esta semana foi anunciado o fim da oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges sobre a EDP.

A OPA chinesa à EDP morreu na assembleia-geral na quarta-feira, 24 de abril, quando os acionistas da empresa chumbaram a desblindagem de votos, uma das condições de sucesso para a OPA, conforme determinado pela CTG.

Depois do chumbo, António Mexia garantiu que a “parceria com a CTG é para manter”. O presidente-executivo da elétrica afirmou que as duas empresas estão a trabalhar em conjunto para entrarem em novos mercados na América Latina.

“Os vencedores são os fundos financeiros ativos da EDP, mas sobretudo, o vencedor é António Mexia. Se os chineses tomassem uma posição dominante, o papel do Governo reduzia-se”, refere.

“A EDP vai vender ações cá dentro e lá fora, mas há três duvidas importantes: irá a EDP fazer uma parceria ou fusão muito forte com alguém? a EDP Brasil vai ser vendida? Irão os chineses permanecer em Portugal durante muitos anos ou vão sair? Se eles saem a EDP pode perder-se”, rematou.

Recuo do Governo na saúde

“O Governo não fez um recuo. Deu uma verdadeira cambalhota. Mudança de 180 graus.”

O comentador refletiu sobre o facto de “o Governo continua com um comportamento errático. Ora, à esquerda, ora ao centro; ora ao centro, ora à esquerda. Esta imagem errática, de catavento, é muito negativa. Descredibiliza o PS e mostra anda nervoso e desorientado. Depois, reflecte-se nas sondagens.”

“A segunda é ainda mais importante: é absolutamente impossível um Governo do PS com o Bloco. Quem ainda pensa que o Bloco vai para o Governo o melhor é “tirar o cavalinho da chuva”,” sublinhou.

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