[weglot_switcher]

Marvilla Art District já mexe

Aproximar pessoas e refletir sobre o mundo e os caminhos que queremos percorrer em busca de uma ‘nova era para a humanidade’. É a proposta do MAD – Marvilla Art District, que promete agitar a cidade a partir de quinta-feira.
25 Maio 2021, 18h30

Em Marvila busca-se uma nova era para a Humanidade, no sentido literal e criativo, através das reflexões propostas por 28 artistas contemporâneos. As geografias são tão diversas quanto as expressões: da pintura, fotografia e escultura até à performance e videoarte, viajamos entre África do Sul, Angola, Moçambique, Nigéria, Portugal e São Tomé e Príncipe, apenas para citar algumas das paragens deste périplo.

A exposição coletiva “New Era For Humanity” vai  inaugurar a programação do MAD – Marvilla Art District, apresentada esta terça-feira e cuja mostra inaugural tem lugar dia 27 de maio, a partir das 17h. Comissariada por Negarra A. Kudumu (Angola/USA), pretende estabelecer diálogos entre as culturas e identidades de cada artista e dar a conhecer os trabalhos de jovens criadores, mas não só, menos conhecidos do público português.

É assim que um dos edifícios mais marcantes da paisagem industrial de Marvila, a antiga sede da empresa vinícola José Domingos Barreiro, se associa à busca de uma nova era, acolhendo obras de Lola Keyezua, Ihosvanny, Mónica Miranda e Mumpasi Meso (Angola), Alina de Oliveira, Rita GT e Miguel Rodrigues (Portugal), Lino Damião e Mário Macilau (Moçambique), Kwame Sousa (São Tomé e Príncipe), Asìko (Nigéria), Sizwe Sibisi (África do Sul), Coletivo Boanda e muitos mais nos cinco pisos agora abertos ao público.

E ao percorrer a exposição não vai escapar ao visitante mais distraído um dos vetores que estiveram na origem da criação da galeria associada a este projeto: mostrar o talento e criatividade dos artistas contemporâneos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Daí à pergunta “porquê a MOVART como parceira neste projeto de dinamização cultural em Marvila” foi um pequeno passo.

Janire Bilbao, fundadora e diretora da galeria de arte nascida em Luanda, começa por explicar o conceito: “Arrancámos em Angola em 2015 e a ideia era utilizar imóveis vazios numa lógica pop-up para fazer exposições, daí ‘Mov-art’, ou seja, arte em movimento. Em 2019 venho a Lisboa participar na ARCO, tendo em mente trabalhar com artistas lusófonos africanos. E como Lisboa é um ponto incontornável para os artistas que estão a trabalhar em São Tomé, Moçambique, Angola, etc., e eu não podia viver em todos esses países, a ideia de abrir em Lisboa era ter um ponto de ligação com todos esses artistas, por isso, quando conhecemos o espaço e o proprietário do espaço, lançámos o desafio de fazer aqui uma exposição até a empresa obter a licença de construção”.

Poder-se-ia pensar que o ‘mov-art’ ficaria por aqui. Nada disso. “Queremos criar um movimento, envolver as pessoas da zona e de toda a cidade, ou não teremos um movimento.” Assim como dinamizar um polo artístico, assente “numa relação de longo prazo com a empresa imobiliária” – proprietária do espaço, a REWARD Properties – para que o MAD se torne “um veículo para futuros investimentos culturais na zona de Marvila”.

A exposição “New Era For Humanity” abre ao público dia 28 de maio e pode ser visitada até 07 de agosto, de segunda a sexta-feira das 14h00 às 18h30, e sábados e domingos entre as 10h00 e as 14h00.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.