O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse hoje acreditar que o Produto Interno Bruto (PIB) ainda pode crescer 1,5% este ano, sendo este um “número atingível”, apesar das previsões mais pessimistas da Comissão Europeia.
“É muito cedo no ano para fazer alguma alteração relativamente à previsão do Governo sobre essa matéria. Creio que os dados que temos e que tivemos do último trimestre, aliás, pelo efeito que têm de arrastamento para o ano de 2024, reforçam a convocação de que o número de 1,5% é um número atingível no ano de 2024”, indicou Fernando Medina, falando à imprensa portuguesa na cidade belga de Gante.
Nas declarações à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia, o governante foi também questionado sobre a subida do desemprego em Portugal, pelo sétimo mês consecutivo, indicando que, apesar de tal acréscimo, também houve “aumento do emprego”.
“Qualquer aumento do desemprego é, obviamente, uma notícia que preocupa e que não é do agrado de nenhum ministro das Finanças. Agora temos que perceber a situação que nós estamos a viver, uma situação muito excecional […] na qual a capacidade de criação de empregos muitas vezes não segue exatamente o mesmo ritmo da chegada das pessoas ao mercado de trabalho e por isso é que nós estamos a ter este paradoxo é que o emprego também está a aumentar”, elencou Fernando Medina.
E salientou: “Preocupa-me a situação do desemprego, [mas] preocupar-me ia mais se a economia estivesse um ponto de destruição de empregos face àquele que temos e não a crescer empregos”.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou em janeiro pelo sétimo mês consecutivo, subindo 4% em termos homólogos e 5,5% em cadeia, para 335.053, segundo dados divulgados na terça-feira.
Nas previsões económicas de inverno, divulgadas em meados de fevereiro, a Comissão Europeia disse prever que o PIB português cresça 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, uma revisão em baixa de uma décima para este ano, mas acima da média da zona euro e da União Europeia.
Nas previsões económicas de inverno, contudo, Bruxelas colocou Portugal, entre os países da moeda única, com o segundo maior abrandamento do ritmo de crescimento entre 2023 e 2024 (1,1 pontos percentuais), apenas ultrapassado por Malta (1,5 pontos percentuais).
O executivo comunitário estimou, então, que o crescimento do PIB português passe de 2,3% em 2023 para 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, quando nas previsões de outono projetava um crescimento em 2024 de 1,3%.
Bruxelas assinalou que o crescimento em Portugal deverá “continuar moderado no início de 2024”, afetado pela “fraca procura por parte dos principais parceiros comerciais” e só aumente gradualmente posteriormente.
No Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Ministério das Finanças previu um crescimento do PIB de 1,5% este ano, tal como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entre as principais instituições económicas nacionais e internacionais, para 2024, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) projeta uma expansão do PIB de 1,6%, enquanto o Banco de Portugal de Portugal (BdP) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 1,2%.
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