Fernando Medina acredita na manutenção das cidades enquanto centro de criação de conhecimento e valor das sociedades no pós-pandemia, apesar das tendências que a Covid-19 criou de menor preferência por um modo de vida urbano, com elevada proximidade.
O autarca aproveitou a conferência “WhatNext.Law” realizada pela Vieira de Almeida (VdA) e a Nova School of Law, que contou com a moderação do JE, para deixar algumas considerações sobre as cidades do futuro.
Reconhecendo o momento de crise que atravessa o modo de vida em cidade, dada a passagem para o trabalho a partir de casa numa grande percentagem dos trabalhadores dos serviços, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) não acredita que seja “a densidade populacional e no receio da pandemia que vai provocar uma mudança no papel” dinamizador dos grandes centros urbanos.
“As cidades continuarão a ser os grandes centros de produção de conhecimento, valor, emprego e de investimento”, afiança Medina, não antevendo uma perda de relevância destes espaços na realidade pós-pandémica.
Assim, antecipam-se já algumas consequências. Primeiramente, o presidente da CML ressalva a importância dos escritórios, “possivelmente adaptados” a uma nova realidade de trabalho, mas que se afigura maioritariamente presencial.
“Tirando alguns sectores e empresas específicas, creio que o fundamental do trabalho se continuará a fazer de forma presencial, precisamente pela sua característica contemporânea de um trabalho assente num conhecimento cada vez mais intensivo e necessitado de atualização”, argumenta, antevendo semanas de “quatro dias ou quatro e meio” de trabalho presencial por semana.
Adicionalmente, várias tendências que se verificavam no norte da Europa há algumas décadas solidificar-se-ão nas cidades portuguesas, sobretudo a de abandono do automóvel particular como meio de transporte preferencial numa lógica de promoção da sustentabilidade e da qualidade de vida.
“Esta transformação de áreas urbanas particularmente vastas e relativamente pouco densas na sua globalidade para áreas mais compactas e densas servidas por uma mobilidade e transporte coletivo complementado por mobilidade suave é uma tendência que se irá aprofundar nos próximos anos”, afirma Fernando Medina.
Finalmente, e após uma pandemia, a saúde ocupará igualmente um papel central na alteração das cidades. Desde a promoção de um modo de vida saudável ao reforço das unidades de saúde, o que alberga a prevenção da doença até ao seu tratamento, novas formas de pensar a cidade estender-se-ão à promoção de uma cidade mais saudável, advoga.
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