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Médio Oriente: “Absolutamente essencial” que ajuda humanitária chegue a Gaza

A MSF (Médicos Sem Fronteiras) considera “crucial que o bloqueio de Gaza termine e que a passagem de Rafah seja reaberta, de acordo com a decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em maio de 2024, para permitir a entrada de ajuda humanitária e bens essenciais, bem como para facilitar a saída de pacientes que necessitam de cuidados”.
4 Outubro 2024, 18h44

 

O presidente dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu hoje ser “absolutamente essencial” que a ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza, em quantidades e a um ritmo “proporcional à urgência”.

Desde o início da guerra no território palestiniano, desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel a 07 de outubro de 2023, “tem-se dito repetidamente que a Faixa de Gaza se tornou inabitável, mas tornou-se inabitável”, disse a partir de Paris, Isabelle Defourny, médica que acaba de regressar de uma missão em Gaza na chamada zona humanitária de Al-Mawassi (sul).

Mais de “dois milhões de pessoas estão praticamente ao relento, debaixo de pedaços de plástico, junto ao mar e, com a chegada do frio, as coisas vão ficar muito más”, receia a médica, que considera que a ajuda prestada “não é de todo proporcional à gravidade da situação”.

A MSF considera “crucial que o bloqueio de Gaza termine e que a passagem de Rafah seja reaberta, de acordo com a decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em maio de 2024, para permitir a entrada de ajuda humanitária e bens essenciais, bem como para facilitar a saída de pacientes que necessitam de cuidados”.

De acordo com informações do Cogat (parte do Ministério da Defesa israelita) na segunda-feira no X, a ajuda continua a chegar “continuamente”: “mais de um milhão de toneladas de ajuda entraram em Gaza desde o início da guerra, 70% das quais eram alimentos”.

Os suprimentos estão a chegar, mas a um “ritmo realmente insuficiente”, e as pessoas deslocadas, que vivem em “abrigos insalubres”, são “mais vulneráveis a várias patologias”, alertou Isabelle Defourny.

A médica referiu ainda o exemplo de um dos dois hospitais de campanha abertos pelos MSF, que conta com 120 camas mas onde apenas “20 estão operacionais”.

O número de objetos sujeitos a autorização especial por poderem ser considerados equipamento militar é também “enorme”, adiantou Defourny, incluindo tesouras para cortar ligaduras, mesas de exame (por terem pernas metálicas) e lâminas de bisturi.

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