As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram que o Irão “lançou mísseis contra o Estado de Israel” e apelou à população para procurar abrigos. “Há pouco tempo, foram lançados mísseis do Irão contra o Estado de Israel”, divulgou o exército israelita pouco depois das 19h30 locais (menos duas horas em Lisboa). “Nos últimos minutos, o Comando da Frente Interna distribuiu instruções para salvar vidas em várias zonas do país. Pede-se ao público que siga as orientações do Comando da Frente Interna. Ao ouvir uma sirene, deve entrar num espaço protegido e aí permanecer até nova ordem”, pediram as FDI, num comunicado.
Os ataques estão a ter lugar em diferentes pontos do país – sendo que, segundo informações vindas de Israel, cerca de 100 mísseis balísticos terão sido lançados a partir de Irão. para já, há indicação de que mísseis nem todos os mísseis serão sido intercetados pelos sistemas de defesa – que destroem os foguetes fora da atmosfera. Segundo as mesmas fontes, um edifício em Telavive terá sido destruído por um dos mísseis. A chamada ‘Cúpula de Ferro’ tem entre 95% e 97% de êxito nas interceções – mas a região de Telavive está a sofrer um ataque direto. É que o sistema não está preparado para intercetar contra qualquer tipo de míssil; o Estado hebraico precisou de colocar no ativo os diversos sistemas de defesa, mas os analistas militares explicam que a multiplicação de ataques impede que o sistema intercete todos os disparos.
É a segunda vez que o Irão ataca diretamente Israel – depois de o ter feito pela primeira vez em abril passado. Dessa vez, o ataque provocou apenas um ferido ligeiro, apesar do lançamento de cerca de 60 toneladas de explosivos sobre o Estado hebraico. para muitos analistas, essa era a evidência de que o ataque de abril não era mais que preventivo. Desta vez, não será assim.
Para os analistas, Israel não vai deixar de retaliar contra o Irão – sendo certo que um ataque a Israel é de algum modo um ataque, mesmo que indireto, aos Estados Unidos. O conflito sucede numa altura em que Teerão dava mostras de estar a tentar entrar em conversações para regressarem ao chamado Acordo Nuclear (o JCPOA). Mas esta abertura (muito velada) do regime não terá sido seguido pela cúpula política liderada pelo aiatolá Khameney – que é quem verdadeiramente comanda os destinos do Irão.
Entretanto, há relatos de rumores de dois homens armados a dispararem sobre israelitas em Jaffa, nos arredores de Telavive. De acordo com os primeiros relatos no local, citados pela imprensa, pelo menos sete pessoas terão ficado feridas. Explosões podem ser ouvidas por cima da capital, Telavive, a maior metrópole urbana e económica de Israel, mas também são ouvidas explosões em Jerusalém. A imprensa diz ainda que uma segunda onda de mísseis foi vista a sobrevoar Jerusalém apenas dez minutos depois de um primeiro ataque. A segunda onda de mísseis passou sobre Jerusalém. A primeira reação dos analistas é constatar que está lançada uma guerra regional que não tem prazo para acabar.
A Guarda Revolucionária Islâmica do Irão, o principal ramo das forças armadas iranianas e controlado diretamente por Khamenei, disse que o ataque de mísseis disparados contra Israel é uma retaliação face ao assassinato dos líderes e dos principais representantes do Hezbollah e do Hamas. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que foi morto em Teerão em julho e na semana passada foi a vez do assassinato no Líbano do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do vice-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Abbas Nilforoushan.
Entretanto, a missão do Irão na ONU descreveu ataque a Israel como uma “resposta legal, racional e legítima” face às intervenções de Israel no Líbano e no próprio Irão. A missão diz ainda que “se Israel ousar responder ou cometer mais atos de violência, ocorrerá uma resposta subsequente e esmagadora”. O Irão diz-se assim totalmente pronto para qualquer retaliação após o lançamento de mísseis contra Israel. Fontes citadas pelos jornais confirmam que a ordem do ataque saiu do gabinete de Ali Khamenei.
A imprensa afirma que, de acordo com um comunicado da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou que os militares norte-americanos ajudassem a defender Israel dos ataques iranianos e derrubassem os mísseis lançados sobre o Estado hebraico.
No que tem a ver com a resposta de Israel – que terá obrigatoriamente que acontecer – os analistas convergem para que ela terá em linha de conta, desde logo, o facto de o ataque iraniano ter tido como alvo apenas instalações militares, ou se alvos civis terão também estado na mira dos mísseis. Outra questão em debate é o que fará Israel em relação a uma retaliação que preveja ataques à indústria nuclear iraniana. Em debate está também se Israel optará por uma resposta imediata ou se, pelo contrário, a retardarão – para colocar tensão e nervosismo entre a população iraniana. Um porta-voz das forças de defesa de Israel (IFD) já disse que o país irá reagir ao ataque. O Ministério da Defesa – que fica em Telavive – está a acomodar uma reunião entre os líderes governamentais e militares para delinearem a resposta. O porta-voz das IDF, contra-almirante Daniel Hagari, disse que Israel responderá ao ataque de mísseis iranianos ao país.
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