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Médio Oriente: Hamas pede protestos em massa no aniversário do ataque à Mesquita de Al-Aqsa

Em comunicado, o grupo palestiniano apelou a todos os muçulmanos para que se barricassem no interior da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, para “impedir as tentativas dos extremistas de a profanarem”.
Médio Oriente Hamas Israel
FILE PHOTO: Protesters, mainly Houthi supporters, hold firearms next to a poster of assassinated Hamas chief Ismail Haniyeh, at the rally to show solidarity with Palestinians in the Gaza Strip, in Sanaa, Yemen, August 2, 2024. REUTERS/Khaled Abdullah/File Photo
21 Agosto 2024, 17h28

O grupo islamita Hamas convocou os muçulmanos da Cisjordânia ocupada, de Jerusalém Oriental e os que vivem em Israel para protestos em massa na sexta-feira para marcar o 55.º aniversário do ataque incendiário à Esplanada das Mesquitas.

Em comunicado, o grupo palestiniano apelou a todos os muçulmanos para que se barricassem no interior da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, para “impedir as tentativas dos extremistas de a profanarem”.

O ataque, em 21 de agosto de 1969, àquele que é considerado o terceiro local mais sagrado do Islão foi levado a cabo por um cristão australiano que destruiu partes da estrutura da mesquita e, embora tenha agido de forma independente, alguns grupos palestinianos acusaram na altura Israel de planear o ataque.

No comunicado, a organização islamita afirma que Israel foi “cúmplice” e acusa-o de tentar impor hoje a sua soberania sobre todo o recinto da mesquita, conhecido pelos judeus como Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo.

De acordo com o ‘status quo’ desde 1967 – quando Israel ocupou a parte oriental de Jerusalém, onde se situa a Esplanada – o recinto está reservado exclusivamente ao culto muçulmano, enquanto os judeus só podem entrar como visitantes.

Em recentes datas importantes do calendário judaico, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, invadiu a Esplanada da Mesquita juntamente com colonos e sob proteção da polícia israelita, para reivindicar o direito dos judeus a rezar no local.

O mais recente episódio ocorreu a 13 de agosto, durante a festa judaica de Tisha B’Av, quando cerca de 1.400 judeus invadiram o local sagrado agitando bandeiras israelitas e rezando, apesar de estarem proibidos de o fazer, acompanhados pelo ministro anti-árabes.

Para os palestinianos e mesmo para a Jordânia – guardiã do local desde 1967 – a mudança exigida por Gvir e outros ministros radicais é mais política do que religiosa, uma tentativa de ‘judaizar’ e ‘israelizar’ toda a cidade de Jerusalém, uma mudança que os judeus ultra-ortodoxos também não veem com bons olhos.

A oração judaica é praticada no Muro das Lamentações – localizado num dos lados da Esplanada – e é assim aconselhada pelo Rabinato Chefe de Israel, embora nos últimos anos alguns rabinos alinhados com o movimento sionista religioso tenham alterado essa recomendação e defendam a oração no local do Segundo Templo.

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