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Médio Oriente: Irão confirma mais dois generais de topo mortos nos ataques israelitas

A televisão identificou as vítimas como o general Gholamreza Mehrabi, adjunto da chefia de informações do Estado-Maior das Forças Armadas, e o general Mehdi Rabbani, vice-chefe das operações, sem especificar onde estes responsáveis morreram.
14 Junho 2025, 11h29

Dois generais de topo das forças armadas iranianas foram confirmados como mortos nos ataques israelitas ao país, informou hoje a televisão estatal iraniana.

A televisão identificou as vítimas como o general Gholamreza Mehrabi, adjunto da chefia de informações do Estado-Maior das Forças Armadas, e o general Mehdi Rabbani, vice-chefe das operações, sem especificar onde estes responsáveis morreram.

Os ataques israelitas de sexta-feira causaram a morte de vários altos responsáveis das forças armadas iranianas, incluindo o chefe do Estado-Maior do Exército e o comandante da Guarda Revolucionária Iraniana.

O Irão lançou ataques de retaliação com mísseis e drones contra Israel na madrugada de hoje, matando pelo menos três pessoas e ferindo dezenas, após uma série de ataques israelitas intensos contra o coração do programa nuclear iraniano e as suas forças armadas.

De acordo com as autoridades, a ofensiva israelita envolveu aviões de combate e drones que terão sido introduzidos clandestinamente no Irão antecipadamente, visando instalações-chave.

O embaixador iraniano junto das Nações Unidas afirmou que os ataques causaram 78 mortos e mais de 320 feridos.

Israel justificou os bombardeamentos como necessários para travar o avanço do Irão na construção de uma arma nuclear, embora especialistas e o próprio governo dos EUA tenham concluído que Teerão não estava, antes dos ataques, a trabalhar ativamente nesse sentido.

Em resposta, o Irão lançou vagas de drones e mísseis balísticos contra Israel, iluminando os céus noturnos de Jerusalém e Telavive, e abalando edifícios.

O exército israelita pediu à população, já traumatizada por 20 meses de guerra após o ataque do Hamas em 07 de outubro, que procurasse abrigo durante horas.

Os ataques israelitas colocaram em causa as negociações entre os EUA e o Irão sobre o programa nuclear, que deviam prosseguir no domingo em Omã.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano afirmou que, após os ataques, essas conversações “deixaram de fazer sentido”.

“O lado norte-americano agiu de forma a tornar o diálogo inútil”, afirmou Esmail Baghaei, citado pela televisão estatal. Acrescentou que Israel “ultrapassou todas as linhas vermelhas” do Irão ao cometer um “ato criminoso”.

Apesar disso, não confirmou o cancelamento das negociações. A agência noticiosa Mizan, ligada ao poder judicial iraniano, citou Baghaei a dizer: “Ainda não está claro o que decidiremos sobre as conversações de domingo”.

A escalada entre Israel e o Irão aumentou o receio de uma guerra aberta entre os dois países, agitando ainda mais uma região já instável. Diversos países condenaram os ataques de Israel, enquanto líderes internacionais apelaram à contenção imediata.

Durante anos, Israel ameaçou um ataque deste tipo, algo que sucessivos governos norte-americanos procuraram evitar, receando desencadear um conflito regional de grandes proporções — além de considerarem ineficaz atacar um programa nuclear disperso e fortemente protegido.

Contudo, a sequência de acontecimentos após o ataque do Hamas em outubro de 2023, aliada à reeleição de Donald Trump, criou as condições para que Israel levasse a cabo a sua ameaça. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que os EUA foram informados antecipadamente.

Netanyahu revelou que o ataque estava a ser planeado há meses e deveria ter ocorrido em abril, mas foi adiado.

Donald Trump exortou o Irão a chegar a acordo com os EUA sobre o seu programa nuclear, avisando na rede Truth Social que os ataques israelitas “só irão piorar”.

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