O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse este domingo que o país está comprometido com o cessar-fogo e “pronto para o implementar”, assim que houver a concordância de Israel. Ora, tudo indica que Israel está muito longe de aceitar um cessar-fogo, tanto em Gaza como no Líbano. Prova de que a tensão está a aumentar para níveis nunca vistos está no facto de o Irão ter fechado o seu espaço aéreo ao final da tarde de ontem e até hoje de manhã. Para os analistas, era evidente que o Irão estava ciente de que Israel poderia tomar a decisão de atacar.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou a fronteira com o Líbano e reuniu com comandantes militares na região, tendo dito que “há um ano, sofremos um golpe terrível. “Nos últimos 12 meses, mudámos completamente a realidade”.
Muito longe dali, Kamala Harris, vice-presidente de Biden e candidata presidencial democrata, enfatizou que Washington continuará a pressionar Israel e os líderes árabes da região para chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza e libertar os reféns do Hamas.
A agência de notícias iraniana Tasnim, próxima do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), escreveu entretanto que citou uma fonte das forças armadas da República islâmica diz que o governo iraniano está “totalmente preparado” para responder a um possível ataque israelita. “Se Israel tomar alguma ação, não haverá dúvida de que o contra-ataque do Irão estará operacional”. E acrescentou: “no plano iraniano, existem vários tipos específicos de contra-ataques e, dependendo do tipo de ação israelita, uma decisão será tomada imediatamente sobre a implementação de um ou mais deles”.
Mas o pior ainda pode estar para vir. Fontes diplomáticas citadas pela imprensa turca disseram este domingo que o ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, conversou por telefone com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, para lhe dizer que a Turquia está pronta para ajudar o Líbano. Fidan destacou que a Turquia pode dar assistência se o Líbano precisar em termos de ajuda humanitária.
Fidan e Mikati discutiram os últimos desenvolvimentos no Líbano enquanto Israel continuava os ataques ao país. Fidan disse ao primeiro-ministro libanês que a guerra expansionista de Israel teria consequências globais e que Israel seria obrigado a cessar todos os ataques e a retirar as suas tropas dos territórios libaneses.
A Turquia condenou a ofensiva de Israel como uma “tentativa de invasão ilegal” e pediu a retirada das tropas. “Este ataque deve terminar o mais rápido possível e os soldados israelitas devem retirar do território libanês”, disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
Ancara também alertou que é provável que se desencadeie uma nova onda de refugiados. “Como resultado dessa perigosa tentativa de invasão, é altamente provável que uma nova onda de imigração surja e extremistas ganhem terreno em todo o mundo”, disse o ministério, que pediu ao Conselho de Segurança da ONU que “cumpra o direito internacional e tome as medidas necessárias”. Recorde-se que a Turquia impôs sanções económicas a Israel como forma de apoiar a Palestina.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com