[weglot_switcher]

Médio Oriente: Mais de 30 personalidades pedem ao Governo que reconheça Estado da Palestina

Na carta, hoje divulgada pelo semanário Expresso, os signatários, entre os quais ex-governantes socialistas, atores, músicos e comentadores televisivos, recordam que mais de 140 países já reconhecem a soberania da Palestina e consideram que Portugal não tem respondido bem a nível diplomático.
14 Fevereiro 2025, 08h27

Mais de 30 personalidades de diversos sectores apelaram, esta sexta-feira, ao reconhecimento do Estado da Palestina pelo Governo português, numa carta aberta em que criticam as posições assumidas pelo primeiro-ministro e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros sobre o assunto.

Na carta, hoje divulgada pelo semanário Expresso, os signatários, entre os quais ex-governantes socialistas, atores, músicos e comentadores televisivos, recordam que mais de 140 países já reconhecem a soberania da Palestina e consideram que Portugal não tem respondido bem a nível diplomático.

“O reconhecimento internacional da Palestina marca hoje a agenda internacional, mas esta guerra não começou agora. […] A esta situação entendemos que o nosso país deve responder com todas as ferramentas legais e institucionais ao dispor do Governo da República, do qual o senhor primeiro-ministro é máximo representante”, escrevem os signatários, que lamentam a “timidez” com que Luis Montenegro, “tem temperado as suas palavras sempre que é interpelado no sentido de dar um passo em frente em relação à Palestina”.

Entre os signatários estão os ex-governantes socialistas João Costa, Alexandra Leitão, Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes e Marina Gonçalves, artistas como Salvador Sobral, Capicua e Rita Blanco, os comentadores Pedro Marques Lopes e João Maria Jonet e a advogada Leonor Caldeira, entre outros.

Criticaram o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que, de visita a Israel e aos territórios ocupados da Palestina na Cisjordânia, voltou a considerar inoportuno o reconhecimento português.

“É absolutamente inviável mantermos o silêncio cúmplice ou os discursos redondos que nos mantêm inertes e condicionados por forças externas que diminuem a autoridade de Portugal de agir no sentido da paz e da justiça territorial”, afirma a missiva, dirigida ao primeiro-ministro.

Os signatários condenam ainda as propostas do Presidente norte-americano, Donald Trump, para a Faixa de Gaza e o facto de já existirem vários relatos sobre violações israelitas do cessar-fogo em Gaza e na fronteira a norte com o Líbano.

“Esta pode ser a última oportunidade que Portugal tem para reconhecer a Palestina, tal como estabelecem múltiplas resoluções da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Não a percamos: pela justiça, pelo direito internacional que nos protege e pela paz”, acrescentam.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.