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Médio Oriente: Veleiro “Madleen” chegou a Israel após ter sido apreendido por militares

Anteriormente, a organização Flotilha da Liberdade, que organizou a viagem, pediu pressão internacional para confrontar Israel com a sua abordagem ao veleiro humanitário “Madleen” e detenção da sua tripulação de 12 pessoas, incluindo a eurodeputada Rima Hassan e a ativista climática sueca Greta Thunberg.
9 Junho 2025, 19h27

O veleiro “Madleen” chegou hoje a um porto em Israel, após ter sido apreendido por militares israelitas de manhã quando tentava chegar à Faixa de Gaza com ajuda humanitária e 12 ativistas pró-palestinianos a bordo.

Escoltado por dois navios da Marinha israelita, o veleiro chegou ao porto de Ashdod ao anoitecer, por volta das 20:45 locais (16:45 em Lisboa), segundo a agência France-Presse (AFP).

Anteriormente, a organização Flotilha da Liberdade, que organizou a viagem, pediu pressão internacional para confrontar Israel com a sua abordagem ao veleiro humanitário “Madleen” e detenção da sua tripulação de 12 pessoas, incluindo a eurodeputada Rima Hassan e a ativista climática sueca Greta Thunberg.

“Já passaram 15 horas desde que vimos ou ouvimos falar dos nossos amigos e colegas. Não nos foi permitido qualquer contacto”, afirmou o grupo pró-palestiniano em comunicado, indicando que o “Madleen” transportava seis voluntários franceses, um neerlandês, um turco, uma sueca, um brasileiro, uma alemã e um espanhol.

O grupo expressou a sua gratidão “a todos aqueles que lutam” pela sua equipa, embora sublinhe que a tripulação do “Madleen”, devido ao privilégio dos seus passaportes, “provavelmente não será submetida à tortura horrível” que os “palestinianos enfrentam diariamente, alguns deles presos ilegalmente há décadas”.

Nesse sentido, a Flotilha da Liberdade pede “pressão sobre os Estados para travar Israel”.

As forças israelitas apreenderam o barco de ajuda humanitária e detiveram os ativistas que se encontravam a bordo na manhã de hoje, no âmbito do bloqueio de longa data que impuseram ao território palestiniano.

A Coligação Flotilha da Liberdade afirmou que os ativistas foram “raptados pelas forças israelitas” enquanto tentavam entregar ajuda ao território.

“A embarcação foi abordada ilegalmente, a sua tripulação civil desarmada foi sequestrada e a sua carga vital — incluindo leites infantis, alimentos e material médico — foi confiscada”, afirmou a organização em comunicado.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel indicou que a embarcação foi apreendida em águas internacionais a cerca de 200 quilómetros da Faixa de Gaza.

A diplomacia israelita descreveu a viagem como um golpe de relações públicas, afirmando numa publicação na rede social X que “o iate das ‘selfies’ das ‘celebridades’ está a caminho, em segurança, das costas de Israel”.

O Governo israelita indicou ainda que os ativistas regressarão aos seus países de origem e a ajuda seria enviada para a Faixa de Gaza através dos canais estabelecidos.

O “Madleen” procurava furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde março, antes de os militares israelitas quebrarem o cessar-fogo que vigorava com o grupo islamita palestiniano Hamas.

Desde então, Israel intensificou as suas operações no território, cuja quase totalidade da população ficou sob risco de fome, de acordo com a ONU.

O conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou quase 55 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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