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Meloni nos EUA pode estar a mediar cimeira Trump-von der Leyen

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, terá um encontro esta tarde com Donald Trump. A imprensa italiana – e apenas esta – diz que na agenda está uma cimeira ao mais alto nível.
17 Abril 2025, 10h11

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, já chegou à Base Aérea Andrews, em Maryland, um dia antes da sua reunião com o presidente Donald Trump – que sucederá algures ao final da tarde (hora de Lisboa), com a imprensa italiana a adiantar que na agenda está a tentativa de descer a tensão sobre as tarifas e preparar um encontro ao mais alto nível entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.

Mas a notícia, que faz a manchete do jornal italiano ‘La Reppublica’, não é acompanhada por nenhum outro órgão de informação. A agência Euronews, por exemplo, diz que a primeira reunião bilateral oficial de Giorgia Meloni com o presidente dos Estados Unidos ocorre numa altura crucial, que pode ajudar a Itália e a União Europeia a evitar uma escalada das tensões motivadas pelas tarifas impostas por Washington. Meloni, que apoia a proposta da UE de um acordo tarifário ‘zero por zero’, deverá sublinhar a força das relações bilaterais entre Itália e os Estados Unidos e os laços económicos estreitos entre os dois países, especialmente porque os EUA são o maior mercado comercial da Itália fora da União.

Embora Meloni esteja sob pressão interna para proteger a economia da Itália, que no ano passado teve um superávit comercial de cerca de 45 mil milhões de dólares com os Estados Unidos, também precisa de ser vista defensora dos interesses de todo o bloco dos 27. Meloni foi a única líder do bloco europeu convidada para a tomada de posse de Trump em janeiro, e a reunião desta semana ocorrerá um dia antes de receber o vice-presidente JD Vance em Roma.

Todas estas movimentações podem ser cruciais para as ambições italianas de desempenhar um papel central nas relações transatlânticas, numa altura em que o novo governo alemão está prestes a tomar posse (será em princípio a 6 de maio) e em que o novo chanceler, o democrata-cristão Friedrich Merz, já disse que quer fazer regressar a Alemanha ao topo da liderança da União.

Mas vale a pena referir que a investida de Meloni sobre os Estados Unidos revela também algum desconforto entre a primeira-ministra e um do seus vices. O extremista Mateo Salvini tem-se mostrado pouco entusiasmado com o que lhe parece ser uma aposta cada vez mais óbvia de Meloni nos palcos europeus e destes para os mundiais, esquecendo que o seu papel central é defender em primeiro lugar os interesses da Itália. Neste contexto, o topo da agenda do encontro entre Meloni e Tramp parece ser o tema das tarifas impostas (ou a impor) a Itália.

Mas o bom entendimento que existe desde sempre entre a primeira-ministra italiana e a presidente da Comissão dá credibilidade adicional à manchete do ‘La Reppublica’.

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