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Mercado livreiro em Portugal com crescimento de 9% em 2024

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) destaca o crescimento de 9% das vendas de livros, em valor, em 2024 face a 2023, totalizando aproximadamente 14 milhões de unidades vendidas.
© Juliana Deeke
19 Fevereiro 2025, 12h54

A mais recente análise da GfK – an NIQ company, que monitoriza as vendas de edições gerais através dos retalhistas que integram o seu painel, indica que o mercado livreiro mantém tendência de crescimento desde a pandemia. Após um crescimento de 7%, em 2023, as vendas de livros, em valor, em 2024 cresceram 9% face a 2023, totalizando aproximadamente 14 milhões de unidades vendidas.

A mesma análise aponta que a ficção é a categoria que está a puxar pelo mercado, tendo crescido 13% face a 2024, nomeadamente a Literatura (12%), a Ficção Infantojuvenil (15%) e a Literatura Importada (20%). A categoria de Não Ficção apresentou uma evolução de 4%. De notar ainda que o crescimento é transversal ao canal de livrarias e ao canal de grande distribuição.

Miguel Pauseiro, presidente da APEL, refere, em comunicado, que a tendência de crescimento “constitui um sinal muito positivo para o setor do livro, mas que acima de tudo é auspicioso para o futuro do nosso país, na medida em que os livros e a leitura desempenham um papel decisivo no desenvolvimento do potencial humano”. “Temos de assinalar e celebrar esta tendência, ainda para mais quando continuamos a constatar o contributo decisivo das gerações mais novas para este crescimento”, destaca o responsável.

Mais jovens e redes sociais contribuem para o crescimento do setor

Para o presidente da APEL, o facto de a compra de livros pelas faixas etárias mais novas, nomeadamente na categoria de ficção, estar a contribuir para este crescimento, “é o resultado de um esforço coletivo que começa nos jovens, mas que envolve pais, educadores, influenciadores, autores, editores, livreiros, entidades e organismos públicos, e que está a dar frutos, mas que está longe de estar consolidado. Há muito para fazer”. Acrescenta que, por essa razão, “não podemos permitir que seja uma moda passageira, mas sim uma mudança estrutural que vinque a centralidade do livro no processo educativo e formativo das crianças e dos jovens, bem como nas relações interpessoais, familiares e sociais.”

A APEL reitera o seu apoio à continuidade deste movimento de congregação de esforços e reafirma que o reforço do Programa Cheque-Livro é uma medida que trará benefícios duradouros, a fim de assegurar futuras edições até ao final da legislatura, a par do aumento do valor do cheque-livro de 20 euros para os 100 euros.

De salientar, também, que segundo os dados da GfK, em 2024, o crescimento ocorreu de forma homogénea no canal livreiro e na grande distribuição. Registou-se ainda uma maior concentração de vendas no conjunto dos mil títulos mais vendidos, que representaram mais de 50% das unidades vendidas, uma subida de três pontos percentuais face ao ano anterior.

Miguel Pauseiro atribui o crescimento de 11% do número de novos títulos editados à “dinâmica que os editores estão a imprimir no mercado e do risco que estão dispostos a correr, como principais financiadores da cadeia de valor, para garantir o seu papel nesta missão coletiva de aumentar a literacia da nossa sociedade”.

Um momento positivo que carece de consolidação

Para a APEL, e não obstante o bom momento que atravessa o mercado livreiro, importa consolidar o mesmo. Para esse efeito, realça a Associação, importa  “equacionar medidas de apoio à instalação de novas livrarias em muitas zonas do país, onde se observa uma maior dificuldade de acesso ao livro; bem como rever a Lei do Preço Fixo do Livro, elemento estrutural incontornável do setor do livro na larga maioria dos países mais evoluídos do que o nosso em termos educativos, culturais, económicos e sociais, e onde o tecido editorial e livreiro é mais robusto”. Mas não só. Salienta também a importância de “apoiar autores de língua portuguesa, de cuja capacidade criativa depende a existência de novas obras; e de reforçar os orçamentos para a aquisição de livros quer para as bibliotecas municipais quer para as bibliotecas escolares”.

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