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Mercados de investimento e escritórios crescem no Porto apesar da pandemia

O mercado imobiliário do Porto prova assim a sua resiliência perante o choque negativo que constitui a Covid-19, salienta o mais recente estudo da JLL, mantendo a trajetória de crescimento que transitou do ano passado.
24 Novembro 2020, 20h48

O mercado imobiliário do Porto experienciou uma evolução positiva do investimento em imobiliário comercial e da ocupação de escritórios durante a pandemia, reporta um estudo da JLL divulgado esta terça-feira. A consultora destaca o dobro do investimento em imobiliário comercial nos primeiros nove meses de 2020 do que em 2019 como um sinal da resiliência do mercado portuense, bem como outros aumentos nos indicadores do setor.

Os 400 milhões de euros investidos até agora em imobiliário comercial em 2020 representam aproximadamente um quinto do total nacional para este tipo de imóveis no ano corrente, sendo que significam também um crescimento claro em relação aos 200 milhões de euros investidos em igual período do ano passado.

Apesar do forte contributo de operações de larga escala como a venda de um portefólio de centros comerciais da Sonae Sierra ou do Trindade Domus, este resultado é ainda fruto de transações de ativos inseridos em portefólios multilocalização, nos quais se incluem escritórios, supermercados e centros comerciais.

Também o mercado dos escritórios expandiu desde o início de 2020, ao crescer 26% em relação a igual período do ano passado, o que se explica sobretudo pela conclusão de vários projetos, incluindo alguns de larga escala, que permitiram uma maior adequação da oferta à procura existente na cidade.

Por outro lado, o mercado residencial experienciou uma queda no volume de imóveis transacionados, que caíram 9%, mas o valor estabilizou, ao crescer 2%. Em termos de preços, a JLL nota que estes se mantiveram relativamente estáveis.

“O mercado do Porto chegou à pandemia vindo de um ciclo de crescimento robusto e com um enorme potencial ainda por executar, o que explica que esteja não só a resistir como até a evoluir positivamente, mesmo neste contexto adverso”, explica Pedro Lourenço, diretor geral da JLL.

Pela negativa, os setores da promoção, do retalho e da hotelaria foram os mais penalizados com o contexto pandémico, sendo que os dois últimos são muito prejudicados pela falta de turismo na cidade. Em particular, no retalho começam-se a verificar alguns desencontros de expetativas entre proprietários e comerciantes, visto que os últimos pretendem espaços abaixo do valor de mercado, enquanto que os primeiros não mostram intenções de baixar rendas.

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