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Mercados: mais um dia mau para a banca

O dia foi negativo para as praças europeias, perante os contínuos indícios de um abrandamento da economia mundial. O EuroStoxx 50 perdeu 0,76% para 3.283,6 pontos. Os juros da dívida soberana estão a agravar.
8 Março 2019, 18h02

A corrente negativa dos mercados perpetua-se e Lisboa não foi excepção. A queda dos mercados ainda reflete as conclusões da reunião do BCE, pelo menos a avaliar pelo comportamento da banca. O BCP caiu -2,49% e já está abaixo dos 23 cêntimos (22,75 cêntimos).

Um pouco por toda a Europa a banca fechou com quedas. O Santander (-2,03%); o CaixaBank (-2,68%); o BBVA (-1,93%) em Espanha. O BNP Paribas (-1,93%) em França); o Unicrédito em Itália (-2,53%); o ABN Amro (-3,89%) na Holanda; o Royal Bank of Scotland (-1,22%) e o Barclays (-2,68%) no Reino Unido; e o Deutsche Bank (-0,95%) e o Commerzbank (-2,06%) na Alemanha. Nem as notícias de que o Commerzbank e o Deutsche Bank estão a intensificar conversações para uma eventual fusão, trouxeram otimismo aos títulos.

“O BCP registou uma underperformance face ao setor na Europa que apenas perdeu cerca de 1%” dizem, no entanto, os analistas do BPI.

O mercado nacional terminou em baixa, tal como as principais praças europeias.

A NOS (+1,13%) e a EDP Renováveis (+0,77%) foram as únicas exceções às quedas do PSI 20 (o índice fechou a perder 1,12% para 5.181,05 pontos).

A NOS subiu 1,13% para os 5.365 euros, no dia em que reportou os resultados A NOS apresentou resultados e aumentou o dividendo. Os números financeiros da empresa de telecomunicações saíram em linha com o esperado. As receitas de 2018 aumentaram 1,1% para os 1,58 mil milhões (o que compara com 1,57 mil milhões esperados pelo consenso); o EBITDA anual ascendeu a 591,8 milhões, um incremento de 2,8% (que compara com 592 milhões esperados); e o resultado líquido sobe 15,8% para os 141,4 milhões, em linha com o esperado. Já os resultados trimestrais,  também saíram praticamente em linha com as expectativas. A ajudar à performance do título está ainda o facto de o Conselho de Administração da NOS ir propor o pagamento de um dividendo de 0,35 euros/ ação (dividend yield de 6,6%), o que traduz um aumento face aos 0,30 euros/ ação pagos o ano passado.

A Galp desvalorizou 2,60%, no dia em que foi noticiado que o governo norueguês aprovou a proposta do Norges Bank de sair das empresas que se dedicam à exploração e produção de petróleo e gás. Ora o Norges Bank detém uma posição de 1,3% na petrolífera nacional.

A petrolífera portuguesa esteve ainda condicionada pela correção superior a 2% que se registava nos preços do petróleo nos mercados internacionais. O Brent, referência na Europa, cai 2,47% para 64,66 dólares o barril e o WTI está a cotar com uma queda de 2,49% para 55,25 dólares.

Destaque ainda para as quedas da Mota-Engil (-2,31% para 2,115 euros); da Altri (-2,17% para 7,230 euros); da Navigator (-1,74% para 4,298 euros); e  a Jerónimo Martins (-1,93% para 12,975 euros).

O dia foi negativo para as praças europeias, perante os contínuos indícios de um abrandamento da economia mundial. O EuroStoxx 50 perdeu 0,76% para 3.283,6 pontos.

Os setores de Imobiliário e Telecom foram os únicos a fecharem no verde.

O Dax caiu 0,52% para 11.457,84 pontos; o CAC 40 deslizou 0,70% para 5.231,22 pontos; o FTSE 100 caiu 0,74% para 7.104,31 pontos; o IBEX tombou 1,3% para 9.129,3 pontos e o FTSE MIB perdeu 1,03% para 20.484,4 pontos.

O saldo negativo das bolsas europeias foi justificados pelos analistas pelas persistência de dúvidas em torno do outlook económico. O sentimento foi despoletado pelos fracos dados da balança comercial chinesa em fevereiro e as encomendas às fábricas na Alemanha em janeiro, escreve Ramiro Loureiro, analista da Mtrader na sua análise.

Depois de o BCE ter reduzido as suas perspetivas de crescimento para a economia da Zona Euro, hoje foram conhecidos os fracos números relativos às encomendas à indústria alemã e (sobretudo) dados bastante preocupantes da economia chinesa.

As encomendas às Fábricas na Alemanha continuam em queda. Deu-se uma diminuição de 3,9% em janeiro foi mais agravada que o esperado (queda de 3,2%), ainda que a revisão em alta da variação de dezembro de 2018 possa atenuar um pouco o sentimento. Isto porque no último mês de 2018 terá havido uma descida de 4,5% e não de 7% como anteriormente foi divulgado.

Em termos sequenciais as encomendas recuaram 2,6% (esperava-se aumento de 0,5%), tendo havido um efeito de revisão em alta na base (variação sequencial de dezembro terá sido afinal de 0,9% e não de -1,6% como anteriormente difundido).

“Assim, os setores cíclicos foram os mais afetados”, dizem também os analistas do BPI.

O euro ganha 0,41% para 1,1239 dólares.

As obrigações soberanas da Alemanha estão a agravar 0,2 pontos base para 0,069%. Os juros da dívida portuguesa também estão a subir 0,6 pontos base para 1,348%; Espanha agrava 0,7 pontos base para 1,051% e Itália sofre a maior subida dos juros, refletindo um aumento do risco, ao subirem 3,5 pontos base para 2,504%.

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