[weglot_switcher]

Mercado automóvel lidera perdas após Trump voltar a acenar com tarifas

O presidente dos EUA ameaçou impor tarifas de 50% aos bens importados de economias europeias. A possibilidade despoletou fortes inseguranças, sobretudo no que diz respeito ao setor automóvel.
23 Maio 2025, 18h15

As bolsas europeias registaram perdas acentuadas na sessão de sexta-feira, fruto da nova ameaça de Trump sobre futuras tarifas sobre as economias europeias, que entrariam em vigor a 1 de junho. O anúncio atirou os mercados para o ‘vermelho’, a fechar a semana.

A bolsa de Lisboa não fugiu às perdas europeias, ainda que de forma menos intensa, na medida em que o índice PSI recuou 0,61% e ficou-se pelos 7.330 pontos. Em causa esteve sobretudo uma desvalorização expressiva nas ações da Altri, que derraparam de forma expressiva.

A fabricante de pasta de papel registou uma queda de 65% ao nível dos lucros no primeiro trimestre, até aos 7,6 milhões de euros. Os investidores reagiram em força, de tal modo que se observou uma descida da capitalização da empresa na ordem de 8,86% e as ações ficaram-se pelos 5,66 euros.

Simultaneamente, a Navigator recuou 3,46% para 3,516 euros, ao passo que a Semapa perdeu 2,71% e ficou-se pelos 17,92 euros. Registaram-se ainda descidas de 1,73% na Sonae, até aos 1,252 euros, enquanto a Mota-Engil descapitalizou 1,17% e os títulos ficaram-se pelos 4,748 euros.

No ‘verde’, o BCP adiantou-se 1,13% até aos 0,6622 euros, ao passo que a EDP Renováveis somou 0,94% para 8,63 euros.

A bolsa de Lisboa viu-se arrastada pelo clima negativo que se viveu no exterior, com descidas expressivas na generalidade dos mais importantes índices europeus. Em causa está a nova ameaça de Trump sobre a possibilidade de impor tarifas de 50% às importações dos Estados-membros da UE.

De acordo com o presidente dos Estados Unidos, as mesmas entrariam em vigor no dia 1 de junho. As empresas que exportam para aquele país veriam as suas operações castigadas e, por isso, os investidores mostraram inseguranças. De resto, o sentimento negativo foi particularmente visível no setor automóvel, cujos maiores grupos registaram algumas das quedas mais significativas da sessão.

Entre as 50 maiores cotadas europeias, registaram-se descidas de 4,62% na Stellantis, quase 4% na Mercedes e na BMW, ao passo que a Ferrari tombou perto de 3,60% e a Volkswagen caiu 3%

Entre os índices de referência das principais praças, houve perdas de 1,96% em Itália, 1,65% em França, 1,48% na Alemanha e 1,14% em Espanha, ao mesmo tempo que o índice agregado Euro Stoxx 50 recuou 1,77%. O Reino Unido, por não fazer parte da UE, escapa às possíveis tarifas, pelo que o índice de referência contraiu 0,26%.

Esta segunda-feira não está prevista a publicação de dados macroeconómicos de peso. No que diz respeito à época de resultados, sobressai a Meituan, que publica as contas do primeiro trimestre. Em Lisboa, a semana reserva as contas que faltam das cotadas do PSI, já que Mota-Engil e Ibersol apresentam números na terça e sexta-feira, respetivamente.

O destaque da semana vai para os dados do comportamento da economia dos EUA, com os dados do PIB referentes no período de janeiro a março. Recorde-se que as estimativas do Departamento do Comércio apontam para uma contração de 0,3%, após o crescimento de 2,4% no quarto trimestre de 2024.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.