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Merkel expressa preocupação com influência de bilionários da tecnologia na política de Trump

Em entrevista à revista germânica Der Spiegel, publicada esta sexta-feira, antes do lançamento de suas memórias em livro intitulado “Freedom: Memories 1954-2021”, Merkel ressaltou que o papel da política é equilibrar os interesses dos cidadãos comuns e dos poderosos.
Reuters
22 Novembro 2024, 15h12

A ex-chanceler alemã Angela Merkel manifestou sua preocupação com a influência de bilionários da tecnologia, como Elon Musk, sobre o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em entrevista à revista germânica Der Spiegel, publicada esta sexta-feira, antes do lançamento de suas memórias em livro intitulado “Freedom: Memories 1954-2021”, Merkel ressaltou que o papel da política é equilibrar os interesses dos cidadãos comuns e dos poderosos.

“Se esse recurso for influenciado de forma muito forte pelas empresas, seja por meio do poder do capital ou das capacidades tecnológicas, então esse é um desafio sem precedentes para todos nós”, afirmou Merkel.

A ex-chanceler dá de Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, como um exemplo, destacando a sua nomeação por Trump para coliderar um novo Departamento de Eficiência Governamental, que funcionará fora dos limites do governo.

Merkel disse que se alguém como Musk “possui 60% de todos os satélites em órbita no espaço, isso deve ser uma grande preocupação para nós, além das questões políticas.” A SpaceX opera o serviço de internet via satélite Starlink, que conta com mais de 6.000 satélites em órbita, utilizados por consumidores e agências governamentais.

A ex-chanceler expressou ainda tristeza com a vitória de Trump, afirmando que, em situações em que a política não permite ganhos mútuos, torna-se difícil o multilateralismo.

No seu livro, que chegará aos EUA em dezembro, Merkel discute suas relações com Trump e outros líderes mundiais, incluindo o presidente russo Vladimir Putin.

O lançamento do livro, que será publicado em mais de 30 países no dia 26 de novembro, acontece num momento em que Merkel enfrenta pressão para defender o seu legado após 16 anos no poder, diante das dificuldades económicas e políticas atuais da Alemanha e das crescentes crises internacionais.

 

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