O Inter de Miami, clube da Major League Soccer, confirmou este sábado aquilo que há muito se esperava: a contratação de Lionel Messi. O astro argentino, que capitaneou a sua seleção na conquista do último Mundial de Futebol, foi assim oficializado no clube norte-americano detido por David Beckham, antigo jogador da seleção inglesa e glória do Manchester United.
Official: Inter Miami confirms Leo Messi signing. 👚🇦🇷pic.twitter.com/yrYc3OzpHy
— Fabrizio Romano (@FabrizioRomano) July 15, 2023
Com o passe na mão, todos os troféus coletivos e individuais que um futebolista pode ambicionar e absolutamente incompatibilizado com o Paris Saint Germain, Lionel Messi tornou-se no jogador livre mais desejado da história do futebol e o seu destino deixou em suspenso os adeptos de futebol. Quando muitos já sonhavam com a reedição dos duelos com Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita e outros tantos preparavam-se para assistir a um regresso glorioso a casa (que é como quem diz a Barcelona), o astro argentino que levou a sua seleção à improvável conquista do título mundial (37 anos depois de Maradona espalhar poesia e imortalidade nos relvados mexicanos), fintou todas as previsões.
“Não volto ao Barcelona, vou para o Inter Miami”. Em entrevista ao “Sport” e ao “Mundo Deportivo”, Lionel Messi justificou a escolha com o receio de um impasse relativo e um possível regresso ao Camp Nou e descartou a ida para outras “Big5”: “Quero desfrutar o dia-a-dia e viver a MLS de outra maneira… com a mesma responsabilidade só que com mais tranquilidade”.
Para quem se habituou ao rebuliço da cidade condal (dos 11 aos 33 anos) e depois aos encantos da cidade-luz (nos últimos dois anos), Messi optou agora pela colorida, soalheira e criativa Miami e pelo Inter (oficialmente: Club Internacional de Fútbol Miami). A cidade, imortalizada na série “Miami Vice”, está repleta de magníficas praias, famosos edifícios art deco e muitas atrações culturais que merecem uma visita obrigatória. É uma das cidades mais visitadas dos EUA e dizem os especialistas que tem a melhor gastronomia e vida noturna do país, com uma vibrante cultura latino-americana. E será que o clube entusiasma tanto os adeptos como a cidade é absorvida pelos turistas?
O modesto clube da MLS norte-americana conta com um presidente galáctico, David Beckham. Em fevereiro de 2021, o antigo craque da seleção inglesa, do Manchester United e do Real Madrid investiu 13 milhões de euros do próprio bolso para fazer do Internacional um clube à sua imagem. Como o dinheiro não compra tudo, as garças de Miami (assim são designados os jogadores do emblema) não têm caído nas “graças” dos seus adeptos e o desafio de Messi no novo clube afigura-se gigantesco, pelo menos numa rápida análise ao desempenho da equipa: último lugar da conferência Este.
E se do ponto de vista desportivo, o cenário não é famoso, não existem grandes melhorias na vertente financeira. Ainda sem o argentino, o plantel do Inter Miami está avaliado em 34,4 milhões de euros pelo site de avaliação de passes de futebolistas “Transfermarkt”. Em 29 equipas que disputam as duas conferências que compõem a Major League Soccer, a turma de Miami está em 24º lugar, muito longe do Atlanta United FC, que vale quase o dobro. A título de curiosidade, a mesma plataforma avalia o internacional argentino em 45 milhões de euros, um valor relativamente modesto, aos 35 anos, para quem há cinco anos tinha o passe futebolístico com uma avaliação de 180 milhões de euros.
Se existe esta disparidade entre o líder da seleção campeã do mundo e uma das equipas mais sofríveis da MLS, o que leva Messi a assinar um contrato de quatro anos com o Inter? É aqui que entram em campo grandes marcas a nível mundial que esperavam ansiosamente que uma estrela com a dimensão colossal de Lionel aterrasse nos EUA para dar um novo impulso comercial ao futebol neste país. Avança o “The Athletic” que a Apple e a Adidas propuseram-se a dar uma ajuda a Beckham para convencer Messi da mudança. Se a tecnológica acenou com uma generosa percentagem das receitas garantidas através do serviço de streaming da MLS (com acesso não só às partidas como a outros conteúdos), a mítica marca de equipamentos desportivos (que patrocina Messi desde 2006 num contrato avaliado em 4,2 milhões de euros por ano) terá proposto ao camisola 10 uma partilha dos lucros que a marca tiver nos EUA a partir do momento em que o craque comece a desfrutar do “sonho americano”.
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