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Ministério das Finanças vai pedir auditoria da Inspeção Geral de Finanças à compra da sede do BdP

Depois da notícia do jornal Observador sobre a compra do novo edifício sede do Banco de Portugal, eis que o Ministério das Finanças avança que vai pedir uma inspeção ao negócio da nova sede do banco central.
22 Julho 2025, 19h00

A relação entre o Governo e o Governador do Banco de Portugal, em vésperas de ser anunciado o sucessor de Mário Centeno, está ao rubro.

Depois da notícia do jornal Observador sobre a compra do novo edifício sede do Banco de Portugal, eis que o Ministério das Finanças avança que vai pedir uma inspeção ao negócio da nova sede do banco central.

“Em virtude das notícias sobre o novo edifício do Banco de Portugal, divulgadas ontem e hoje, para defesa da Instituição e em total respeito pela sua independência, o Ministério das Finanças vai pedir a realização de uma auditoria pela Inspeção Geral de Finanças”, revela o comunicado do Ministério liderado por Joaquim Miranda Sarmento.

O Observador noticiou que o Banco de Portugal prometeu comprar edifícios para nova sede, apesar de 16 “red flags” e contingências de “alto risco”.  A pouco mais de dois meses do fim do seu mandato, o governador Mário Centeno decidiu, com o apoio da sua administração, vincular o Banco de Portugal a um contrato-promessa com Grupo Fidelidade para a construção de uma das maiores obras de Lisboa nos próximos anos. Fê-lo apesar de ter sido avisado pelos assessores jurídicos e técnicos sobre contingências graves e de alto risco que podem vir a colocar em causa o negócio, que só será concretizado no final de 2027, escreveu o jornal online Observador.

O jornal escreveu que quando o Banco de Portugal avançou para a assinatura do contrato-promessa a 2 de maio, a obra de construção dos dois novos edifícios ainda não tinha ‘luz verde’ para começar e nem sequer estavam concluídos os projetos — que tiveram de ter uma “alteração profunda”, segundo um relatório do assessor técnico Ficope.

O banco central vai pagar cerca de 192 milhões à Fidelidade pela nova sede em cinco prestações, a primeira das quais de 57,597 milhões de euros, equivalente a 30% do valor base. O Observador diz que o custo total pode ser de 280 milhões acima do custo anunciado de 191,99 euros porque esse valor “é de edifícios ‘em tosco'”. O negócio depende da concretização de mais de uma dezena de procedimentos, incluindo licenças da câmara.

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