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Ministério Público abre investigação a fugas de informação sobre escutas de Costa

Investigação do Ministério Público visa perceber qual a fonte da fuga de informação, que permitiu que as escutas e respetivos resumos tenham sido divulgados ao canal de televisão.
epa11212686 Portuguese Prime Minister Antonio Costa (C) arrives to the Socialist Party (PS) headquarters during the election night of the legislative elections 2024 in Lisbon, Portugal, 10 March 2024. More than 10.8 million at the Socialist Party (PS) headquarters, in Lisbon, Portugal, 10 March 2024. More than 10.8 million Portuguese are expected to vote to elect 230 deputies to the Portuguese Parliament. Eighteen political forces (15 parties and three coalitions) are running in these elections. EPA/ANTONIO PEDRO SANTOS
19 Junho 2024, 08h28

O Ministério Público abriu uma investigação às fugas de informação que têm acontecido no âmbito da Operação Influencer. Segundo avança o “Público”, a decisão da Procuradoria-Geral da República acontece após a “CNN Portugal” ter divulgado vários resumos de escutas telefónicas que envolvem António Costa e João Galamba, ex-primeiro-ministro e ex-ministro das Infraestruturas, respetivamente.

Investigação visa perceber qual a fonte da fuga de informação, que permitiu que as escutas e respetivos resumos tenham sido divulgados ao canal de televisão. Na escuta divulgada na terça-feira pela “CNN”, António Costa ordenava Galamba à demissão da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, por razões políticas, após a indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis.

Na mesma escuta, Costa terá dito a Galamba que conhecia “um gajo muito bom” para substituir a gestora francesa: Luís Rodrigues, então CEO da SATA. No entanto, o agora CEO da TAP veio a público dizer que não conhece o antigo primeiro-ministro. “Não conheço o Dr. António Costa, nunca o vi nem falei com ele por qualquer meio pessoal ou outro”, afirmou Luís Rodrigues que esteve a ser ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.

Noutra fuga de informação foram também divulgadas fotografias que mostravam como Vítor Escária tinha os 75.800 euros em notas escondidos no Palácio de São Bento.

Contactado pela Lusa sobre as escutas relativas à TAP intercetadas no âmbito do processo Operação Influencer, João Lima Cluny, advogado de António Costa, disse apenas que “o processo em que António Costa foi ouvido está em segredo de justiça” e que o ex-primeiro-ministro “não foi confrontado com nenhum desses elementos ou factos”, não tendo mais comentários a fazer.

Ainda assim, e após o caos criado à volta do caso, os 50 subscritores do “Manifesto por uma Reforma da Justiça em Defesa do Estado de Direito Democrático” exigiram explicações do Ministério Público sobre a fuga de informação. Para estes subscritores, a divulgação das escutas é “mais uma violação do Estado de Direito”.

 

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