O Ministério Público (MP) esclareceu, ao início da noite desta sexta-feira, que o inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça a António Costa no âmbito da ‘Operação Influencer’ foi aberto no dia 17 de outubro deste ano, asseverando que o caso será tratado com “diligência e celeridade, visando o seu encerramento no mais curto prazo”.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) fez saber que a referida “instauração, a que o Ministério Público se encontra vinculado por imposição legal sempre que obtém notícia da eventual prática de factos criminalmente relevantes, remonta a 17 de outubro de 2023, tendo decorrido, na circunstância, da atribuição pelo Código de Processo Penal de foro especial ao primeiro-ministro”, remetendo para o comunicado emitido anteriormente.
A implicação de António Costa no caso do negócio do lítio e do hidrogénio foi tornada pública no dia 7 de novembro num comunicado da PGR que levou o chefe do Governo a apresentar a sua demissão duas horas após o anúncio do MP: “No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”.
Na nota de hoje, o MP refere que, “sem prejuízo da ocorrida autonomização, a conexão existente entre a factualidade subjacente aos dois inquéritos justifica e exige que a investigação de ambos prossiga articuladamente”.
Sobre o processo em curso, o MP reforça que “as diligências integrantes da operação desenvolvida esta semana e o material probatório recolhido no seu âmbito, incluindo o acervo documental e digital demandam exaustiva análise” e que, “sem descurar essa exigência, as investigações prosseguirão com as necessárias diligência e celeridade, visando o seu encerramento no mais curto prazo”.
A ‘Operação Influencer’, nome dado ao inquérito que investiga negócios de lítio, hidrogénio e um data center que levou à demissão do primeiro-ministro, já soma cinco detidos, que estão a ser investigados num total de 28 crimes de corrupção, tráfico de influências e prevaricação.
Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, e Diogo Lacerda Machado, consultor e “melhor amigo” de António Costa, nas palavras do próprio governante, bem como o presidente da Câmara de Sines e os dois administradores da Start Campus, integram a lista de detidos.
António Costa apresentou a sua demissão a Marcelo Rebelo de Sousa na terça-feira, dia 7 de outubro, depois de a PGR ter feito saber que o Supremo Tribunal de Justiça vai analisar as referências feitas ao nome do primeiro-ministro em escutas realizadas no âmbito da investigação que data de 2019.
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