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Ministra confirma que Álvaro Santos Almeida é o próximo CEO do SNS

Ministra da Saúde sublinha “vasto currículo” do nome escolhido para substituir Gandra D’Almeida na direção executiva do SNS.
Ministra da Saúde Ana Paula Martins SNS
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, fala aos jornalistas após a reunião do Conselho de Ministros sobre o Plano de emergência e transformação na saúde, realizada na Residência Oficial, em São Bento, Lisboa, 29 de maio de 2024. FILIPE AMORIM/LUSAfilipe a
21 Janeiro 2025, 11h36

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, confirma que o substituto de Gandra D’Almeida na direção executiva do SNS é o ex-deputado Álvaro Santos Almeida, um perfil mais vocacionado para a gestão, mas, ao mesmo tempo, com “sensibilidade” e “conhecimento” na área, destacou a governante.

Em declarações aos jornalistas, em Loures, Ana Paula Martins sublinhou que o Governo entende que o organismo criado pelo anterior governo deve existir – “é importante” – , mas “o mais importante, neste momento, é concretizarmos a transformação da organização que a direção executiva do SNS. As suas funções e, sobretudo, a sua organização deve e tem de ser revista”.

Missão agora entregue a Álvaro Santos Almeida, nome escolhido pelo executivo e que será avaliado pela CReSAP, antes de ser indigitado para o cargo, assim como a nova equipa que o novo CEO do SNS vier a escolher.

“É uma das personalidades que no país tem um grande conhecimento da área da saúde”, destacou Ana Paula Martins, enaltecendo o “vasto currículo” de Álvaro Santos Almeida, antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS). Professor na Universidade de Economia do Porto, Álvaro Santos Almeida foi também presidente da Administração Regional de Saúde do Norte.

Explicando a escolha, a ministra diz que Álvaro Santos Almeida tem o perfil indicado para liderar a direção executiva do SNS nesta fase.

“Queremos que seja um perfil diferente exatamente pela questão da transformação da organização que queremos dar, um perfil mais de gestão, muito articulada com os dirigentes da saúde e com os nossos profissionais de saúde”, disse a governante. Segundo Ana Paula Martins, para o cargo procurou alguém com “sensibilidade para a saúde, mas não só”.

“O dr. Álvaro Almeida não tem só conhecimento no terreno, tem também o conhecimento que vem da academia”, acrescentou.

Questionada pelos jornalistas sobre se tinha conhecimento da acumulação de funções de Gandra D’Almeida, que levaram a que pedisse a demissão, Ana Paula Martins respondeu, socorrendo-se da avaliação feita pela CReSAP:  “Naturalmente que conheço o relatório. Indigitamos personalidades, elas vão à comissão de avaliação, é-nos dado depois o parecer. E o parecer é positivo.”

Interrogada sobre se, então, ignorou a referência à acumulação de funções, a ministra repetiu as conclusões da avaliação feita ao perfil, ao currículo e às competências de Gandra D’Almeida, aproveitando o momento para lhe agradecer o “trabalho que fez” enquanto CEO do SNS.

O diretor executivo do SNS pediu a demissão “imediata” do cargo na última sexta-feira, pouco depois de a SIC Notícias ter noticiado que Gandra D’Almeida acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão.

Segundo o canal, a lei diz que é essa acumulação incompatível, mas António Gandra D’Almeida conseguiu que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento. No entanto, através de uma empresa que criou com a mulher e da qual era gerente, terá recebido “mais de 200 mil euros por esses turnos”.

As suspeitas em causa, que ditaram a demissão, levaram a abertura de um processo de inspeção por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que anunciou também uma auditoria alargada à acumulação de funções nas várias entidades do SNS e do Ministério da Saúde.

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