A ministra da Agricultura prometeu esta quinta-feira divulgar até ao final do presente ano as conclusões do estudo encomendado pelo Governo à EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva para fazer o levantamento nacional das localizações geográficas em que será necessário melhorar e ampliar os sistemas de regadio coletivo e das que deverão merecer o investimento na construção de novas áreas de regadio.
Durante uma visita aos produtores portugueses do sector das frutas, legumes e flores que marcaram presença na edição deste ano da Fruit Attraction, em Madrid, Maria do Céu Antunes admitiu que já recebeu as conclusões desse estudo, mas não quis adiantar mais pormenores sobre o assunto.
“Já temos conclusões desse estudo encomendado à EDIA, muito em breve essas conclusões serão divulgadas”, garantiu a ministra da Agricultura.
Questionada sobre o ‘timing’ exato previsto para essa divulgação, Maria do Céu Antunes precisou que tal acontecerá “até ao final do ano”.
Recorde-se que o plano de regadios é uma das peças fundamentais a incluir no PEPAC – Plano Estratégico da Política Agrícola Comum que o Governo terá de entregar em Bruxelas até 10 de dezembro próximo, sendo uma das principais exigências reivindicadas nos últimos tempos por diversas organizações nacionais de agricultores, desde a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal até à Portugal Fresh, por exemplo.
A ministra da Agricultura concordou que este é um dos temas vitais para assegurar a competitividade futura da agricultura portuguesa e fomentar as exportações do sector, relembrando que o PNI – Plano Nacional de Investimentos 2030 tem previsto um investimento global de 750 milhões de euros para dinamizar os regadios em Portugal, em iguais montantes de verbas para a componente de modernização e ampliação e para a vertente de construção de novas áreas de regadio coletivo em Portugal.
Levantando um pouco o véu sobre as conclusões desse estudo da EDIA, Maria do Céu Antunes disse que a taxa de comparticipação para o regadio coletivo eficiente será de 100% e que será feita uma hierarquização dos sistemas de rega coletiva onde serão aplicados os investimentos previstos no PNI 2030.
“Pedimos à EDIA para fazer um estudo sobre os sistemas de rega coletiva que teremos de melhorar e quais poderão ser alargados. E também para saber quais as regiões de Portugal onde existem condições de solo e de água para podermos construir sistemas eficientes de rega coletiva”, adiantou a ministra da Agricultura, assinalando que “vamos poupar água”.
Maria do Céu Antunes quis aproveitar a ocasião de estar presente no último dia da Fruit Attraction, em Madrid, para sublinhar que a agricultura “foi um sector que não falhou, que continuou a apostar e continuou a vender”, em resultado da “excelência dos seus produtos”.
“As oportunidades de negócio têm vindo a crescer. As exportações deste sector [frutas, legumes e flores] cresceram 115% em dez anos. Em pandemia, em 2020, a agricultura continuou a crescer 5,5%, acima do complexo agroalimentar, que cresceu 2,2%”, destacou a titular da pasta da Agricultura.
A ministra referiu ainda que o VAB – Valor Acrescentado Bruto do sector agrícola nacional tem subido a um ritmo 0,5% ao ano, com as exportações a crescerem mais que as importações e, por isso, ” a balança comercial tende a equilibrar-se”.
“Este sector tem demonstrado uma resiliência muito grande, que é importante valorizar”, declarou Maria do Céu Antunes, salientado a sua importância real da agricultura para a economia portuguesa.
Presença na Fruit Attractio supera expetativas da Portugal Fresh
Sobre o balanço da presença de cerca de 35 produtores, parceiros, associações e outras entidades do sector na edição deste ano da Fruit Attaction, a primeira desde que ocorreu a pandemia de Covid-19, Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, relembrou que, no início desta feira, todas as empresas participantes tinham a expectativa de aumentar as suas exportações face a 2020, mas que, “no final as expetativas foram todas superadas”, com um número maior de visitas para potenciais negócios do que o previamente esperado. E voltando à questão dos recursos hídricos, Gonçalo Santos Andrade defendeu que “este é um sector em que a água, o investimento e a mão-de-obra têm de andar de mãos dadas com a sustentabilidade ambiental e social”.
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