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Ministro Castro Almeida “apadrinha” nova vaga de investimento no calçado

Projeto FAIST será formalmente apresentado em Estarreja. O setor está a investir, até final de 2025, no âmbito do PRR, 50 milhões de euros e compromete-se a desenvolver 34 produtos inovadores.
14 Novembro 2024, 17h15

Os primeiros resultados do projeto mobilizador FAIST, que pretende fazer da indústria portuguesa de calçado a mais moderna do mundo, serão publicamente apresentados esta sexta-feira na DCSI Pro, em Estarreja, numa cerimónia presidida pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que coordena o PRR.

“O setor do calçado está a investir, até final de 2025, no âmbito do PRR, 50 milhões de euros e compromete-se a desenvolver 34 produtos inovadores. “O nosso objetivo é que a indústria portuguesa de calçado permaneça na vanguarda” considera o presidente da APICCAPS. “Estamos a reforçar os alicerces da nossa competitividade nos mercados externos”, refere Luís Onofre, citado em comunicado.

O FAIST (Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica) enquadra-se no novo Plano Estratégico do Cluster, que tem como ambição transformar a indústria de calçado numa “referência internacional” e “reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva”.

Florbela Silva, coordenadora do projeto, assume que a Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica “assegurará uma maior eficiência produtiva, maior rentabilidade, ao qual acrescem melhores condições de trabalho e uma maior flexibilidade na capacidade de resposta ao mercado”.

Para isso, associaram-se 43 empresas e entidades do sistema científico e tecnológico, nomeadamente universidades e centros tecnológicos. Em conjunto, comprometem-se a desenvolver 34 bens de equipamentos, 20 soluções de software, cinco linhas integradas de produção, mais de 15 produtos de calçado e componentes inovadores, bem como três unidades piloto de experimentação e demonstração.

De acordo com Florbela Silva, serão criados 300 novos postos de trabalho, 100 dos quais altamente especializados, nomeadamente quadros superiores, num projeto que visa “aumentar o grau de especialização da indústria portuguesa de calçado para novas tipologias de produto” e potenciar “a capacidade de oferta das empresas portuguesas de calçado através do reforço da capacidade de fabricar médias e grandes encomendas, utilizando processos de montagem mais eficientes”.

Para a diretora da unidade de Inovação e Fabrico Digital do CTCP,  o FAIST “foi criado como resposta às necessidades do setor do calçado e marroquinaria, com um foco na preparação deste setor para os desafios futuros, apostando de forma decisiva nas tecnologias digitais e na sustentabilidade dos processos e produtos, visando uma maior eficiência e rentabilidade, resposta rápida ao mercado, melhoria das condições de trabalho e diferenciação do produto”. Acresce que importa “alargar o leque de especialização da indústria do setor com novas tipologias de produto baseados no conhecimento, aumentar a capacidade de oferta das empresas e inserção de Recursos Humanos (RH) qualificados”.

O conhecimento, em particular, “será a nova base de recrutamento, contribuindo para a igualdade de género e de oportunidades, o reforço da coesão social nas zonas de implantação da indústria, com impacto no emprego, na fixação do emprego qualificado, nas exportações e no desenvolvimento regional mais sustentável; aumento da visibilidade e notoriedade do cluster do calçado que poderá ambicionar alargar a sua intervenção na cadeia de abastecimentos mundial”. Adicionalmente, importa “aumentar a produção nacional de bens de equipamentos e tecnologias avançadas, apostar no fabrico de produto sustentáveis e criação de linhas de produção automáticas”.

Para Florbela Silva, importa que o FAIST proporcione “a reindustrialização e uso de processos de elevada produtividade que permitam às empresas fabricar pequenas, médias e grandes encomendas a preços competitivos, conseguindo entrar nas grandes cadeias de distribuição, que no passado se abasteciam em mercados mais baratos, como a Ásia”.

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