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Ministro da Economia confirma Vítor Fernandes na liderança do Banco de Fomento

“Queria confirmar que dirigimos um convite ao dr. Vítor Fernandes para ser o chairman do Banco de Fomento e que ele o aceitou”, afirmou o ministro da Economia, durante uma audição parlamentar na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
  • O ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, intervém durante a sua audição perante a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, no âmbito das audiências sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2018, na Assembleia da República, em Lisboa, 16 de novembro de 2017. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
10 Fevereiro 2021, 11h58

O antigo administrador do Novo Banco, do BCP e da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Vítor Fernandes, vai mesmo ser o presidente do conselho de administração do Banco de Fomento português, confirmou esta quarta-feira o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

“Queria confirmar que dirigimos um convite ao dr. Vítor Fernandes para ser o chairman do Banco de Fomento e que ele o aceitou”, afirmou o ministro da Economia, durante uma audição parlamentar na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.

A revelação de Siza Vieira confirma uma notícia Jornal Económico, na segunda-feira, após o jornal Eco, ter avançado com a informação.

“O dr. Vítor Fernandes tem uma carreira inteira na banca”, salientou Siza Vieira. Garantindo que o gestor representa uma escolha “muito confortável” para o Executivo, o ministro da Economia saiu em defesa de Vítor Fernandes, uma vez que o futuro chairman do Banco de Fomento esteve na administração da Caixa nos anos em que o banco do Estado concedeu vários empréstimos que vieram a revelar-se problemáticos.

Siza Vieira argumentou que o gestor, enquanto esteve na administração da CGD, “era responsável pelas áreas de marketing e operações e pelo acompanhamento do grupo Fidelidade”. Assim, o governante garantiu que Vítor Fernandes “não participou nas decisões de crédito que foram objeto de avaliação no âmbito da comissão parlamentar de inquérito”.

Vítor Fernandes tem um carreira profissional consolidada há várias décadas na banca portuguesa. Até outubro de 2020, esteve na administração do Novo Banco, primeiro na direção de Eduardo Stock da Cunha e, posteriormente, na de António Ramalho. Antes, passou pela administração do Banco Comercial Português, então liderado por Carlos Santos Ferreira. O futuro chairman do Banco de Fomento passou ainda pela administração da CGD.

O gestor, que é um dos nomes que o CDS-PP quer ouvir na comissão de inquérito ao Novo Banco, foi também presidente executivo da Seguradora Mundial Confiança.

O Banco Português de Fomento nasceu em novembro de 2020 da fusão na Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM), da Instituição Financeira de Desenvolvimento e da PME Investimentos.

De acordo com as regras definidas, a liderança da nova estrutura passou a ser assegurada pela direção da própria SPGM até à nomeação da nova administração.

Beatriz Freitas, que tem assegurado o cargo de presidente, está nomeada para o cargo de presidente executiva do Banco de Fomento. No entanto, o nome vai ter de passar ainda pelo crivo do Banco do Portugal e pode ter de passar pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), caso o Governo entenda que é necessário.

O Banco de Fomento nasceu para apoiar as empresas, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), e o Governo prevê que a instituição vá gerir um fundo de capitalização de empresas.

As medidas do PEES, anunciadas no ano passado, incluem um “fundo de capitalização de empresas, a ser gerido pelo Banco de Fomento, para participação em operações de capitalização de empresas viáveis com elevado potencial de crescimento, em setores estratégicos e com orientação para mercados externos”.

O Governo pretende ainda incentivar o “financiamento de PME [pequenas e médias empresas] no mercado de capitais, mediante um veículo especial de aquisição de dívida emitida por PME e colocação dessa dívida no mercado de capitais, através da emissão de obrigações”. Neste caso, o Banco de Fomento também terá um papel a desempenhar.

Apesar de poder vir a operar como banco de retalho, o primeiro-ministro, António Costa, já referiu que a instituição “não vai concorrer com a banca comercial” e sim “canalizar as linhas de crédito” e “mecanismos de financiamento”, nomeadamente do Banco Europeu de Investimento (BEI), “tendo em vista a agilização do seu acesso às empresas, poupar mais um grau de intermediação” e “estimular a banca comercial a ser mais competitiva na oferta dos seus próprios produtos para o apoio às empresas”.

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