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Missão do Parlamento Europeu saúda Moldova alvo de interferência russa “sem precedentes”

Em comunicado, no primeiro dia da sessão plenária em Estrasburgo (França), o europarlamentar Michael Gahler, que chefiou a missão eleitoral do Parlamento Europeu (PE), considerou que as eleições e o referendo se realizaram num contexto dificultado pela invasão russa da Ucrânia, que “continua a prejudicar a República da Moldova”.
21 Outubro 2024, 17h13

Os eurodeputados felicitaram hoje a população e autoridades da República da Moldova pela vitória do “sim” no referendo para incluir na Constituição a adesão ao bloco comunitário, apesar da “interferência e desinformação sem precedentes” da Rússia.

Em comunicado, no primeiro dia da sessão plenária em Estrasburgo (França), o europarlamentar Michael Gahler, que chefiou a missão eleitoral do Parlamento Europeu (PE), considerou que as eleições e o referendo se realizaram num contexto dificultado pela invasão russa da Ucrânia, que “continua a prejudicar a República da Moldova”.

“O PE felicita os resultados do referendo realizado ontem [domingo]. Apesar da interferência russa sem precedentes, maligna e ilícita, especialmente através da tentativa de comprar votos, ataques híbridos e desinformação, a população escolheu um futuro na União Europeia”, sustentaram.

“Consideramos que a adesão à União Europeia vai ser um investimento de benefícios mútuos para uma Europa unida e forte”, observaram os eurodeputados.

Moscovo “interferiu e tentou comprar votos antes e durante o sufrágio”, denunciaram os europarlamentares da missão de observação do PE.

Condenando “veementemente as atividades maliciosas, interferências e operações híbridas perpetradas pela Federação Russa, oligarcas com ligações à Rússia e intervenientes locais patrocinados pela Rússia”, a missão de observação insistiu que esta “interferência maligna não tem precedentes” e que se intensificou com a aproximação do dia do sufrágio.

“O objetivo da Rússia continua a ser o de diminuir o processo eleitoral, a segurança, soberania e bases democráticas da República da Moldova e a livre-arbítrio dos cidadãos”, criticaram.

O “sim” à inclusão da adesão à UE como um objetivo nacional na Constituição da Moldova obteve 50,45%, segundo os últimos dados apresentados hoje pela Comissão Eleitoral Central (CEC).

A CEC indicou tratar-se de resultados que correspondem a 99,59% dos votos, faltando ainda concluir a contagem dos votos do estrangeiro.

A Moldova candidatou-se à adesão à UE em março de 2022, tendo-lhe sido concedido o estatuto de país candidato em junho do mesmo ano.

Em dezembro de 2023, a UE decidiu iniciar as negociações de adesão.

No domingo, o referendo sobre o princípio de adesão à UE decorreu em simultâneo com a primeira volta das eleições presidenciais na Moldova.

Na primeira volta, a atual Presidente moldava, Maia Sandu (pró-ocidental), ficou em primeiro lugar, com cerca de 42% dos votos, e irá agora disputar uma segunda volta, prevista para 03 de novembro, com o candidato pró-russo Alexander Stoianoglo, que obteve cerca de 26% dos votos.

Após o início do escrutínio, no domingo, Maia Sandu denunciou a existência de uma fraude e uma interferência russa.

Já em declarações feitas hoje, Maia Sandu afirmou que o povo da antiga república soviética “expressou a sua vontade” e optou pela via europeia.

Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.

A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia (em fevereiro de 2022) devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.

Kiev chegou mesmo a denunciar alegadas incursões russas na Ucrânia ocidental a partir da região separatista.

A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992.

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