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Moçambicana LAM no mercado à procura de cinco Boeing 737-700

Num anúncio deste mês publicado pela Knighthood Global consultada hoje pela Lusa, a consultora de Abu Dhabi refere que está mandatada pelos acionistas da LAM para receber propostas para o fornecimento de “até cinco aeronaves Boeing 737-700 irmãs”.
Aviação
11 Junho 2025, 18h48

A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) está no mercado para contratar até cinco aeronaves Boeing 737-700, processo conduzido pela consultora internacional Knighthood Global, responsável pela reestruturação da companhia aérea estatal moçambicana.

Num anúncio deste mês publicado pela Knighthood Global consultada hoje pela Lusa, a consultora de Abu Dhabi refere que está mandatada pelos acionistas da LAM para receber propostas para o fornecimento de “até cinco aeronaves Boeing 737-700 irmãs”.

“A Knighthood Global está a conduzir este processo competitivo, com prazos limitados, para garantir aeronaves que atendam aos requisitos operacionais, comerciais e estratégicos da LAM, seja por meio de compra direta, aluguer financeiro ou aluguer operacional”, lê-se no anúncio.

Neste concurso está especificado que as aeronaves a fornecer devem ter uma configuração de duas classes, “com um mínimo de 120 e um máximo de 140 assentos, otimizado para os requisitos da rede intra-africana da LAM”.

“As partes interessadas devem enviar propostas formais, incluindo especificações técnicas, relatórios de ‘status’ de manutenção e termos comerciais, até sexta-feira, 20 de junho de 2025”, acrescenta-se no anúncio.

A Knighthood Global assumiu em maio que tem três meses para “estabilizar e reposicionar” a LAM, explicando então que foi “nomeada pelo Governo de Moçambique para ajudar a revitalizar” a companhia e “o setor da aviação em geral do país”.

“O foco nos primeiros três meses será estabilizar e reposicionar a LAM”, lê-se na nota, noticiada em 19 de maio pela Lusa, em que a consultora refere que irá trabalhar com os novos acionistas, as empresas públicas Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), as quais “têm um mandato para adquirir as aeronaves apropriadas e restabelecer uma frota”.

Também a companhia moçambicana confirmou em maio, em comunicado, a contratação da Knighthood Global, explicando que “terá a responsabilidade de assessorar na reestruturação da base financeira da LAM, prestar suporte estratégico na avaliação, seleção e fornecimento de aeronaves adequadas às necessidades operacionais”, entre outras.

“Alinhando-a com os padrões do setor, reduzindo o nível de endividamento e fortalecendo o seu perfil de investimento”, acrescentou, intervenção que “visa responder a desafios estruturais que a companhia tem enfrentado, como a obsolescência de parte da frota, dificuldades financeiras recorrentes e a intensificação da concorrência no setor da aviação”.

O Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe) moçambicano anunciou em 13 de maio o afastamento da administração da LAM e a nomeação de uma comissão de gestão que será presidida por Dane Kondic.

A decisão foi tomada em assembleia-geral extraordinária da LAM, no “âmbito do processo de revitalização” da companhia aérea estatal, avançando com “efeitos imediatos” a cessação de funções de Marcelino Gildo Alberto, até então presidente do conselho de administração, e dos administradores Altino Xavier Mavile e Bruno Miranda.

Foi também aprovada a nomeação de um conselho de administração não executivo, composto por representantes das três empresas estatais que este ano passaram a ser acionistas da LAM, casos da HCB, CFM e Emose.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, disse em 28 de abril que há “raposas e corruptos” dentro da LAM, com “conflitos de interesse” que impediram a restruturação da companhia em 100 dias.

“Uma das ações de impacto que tínhamos previsto para estes 100 dias era a aquisição de três aeronaves para a LAM. Entretanto, quando decidimos que teríamos disponíveis pelo menos três aeronaves antes de 100 dias, descobrimos que dentro da LAM fomos entregar raposas para cuidar de um galinheiro, ou gatos para cuidarem de ratos”, disse o Presidente de Moçambique.

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