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Moçambique aposta em aumento de 26,6% no tráfego ferroviário em 2025

De acordo com a proposta de Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) 2025, que está a ser analisado nas comissões especializadas da Assembleia da República, em Maputo, a previsão de crescimento no tráfego é justificada “pelo aumento do fluxo de passageiros, ligado aos investimentos feitos na aquisição de mais de 750 vagões”.
6 Maio 2025, 18h29

O Governo moçambicano está a adquirir novos vagões para reforçar o transporte ferroviário no país, prevendo um crescimento no tráfego de 26,6% este ano, segundo dados compilados hoje pela Lusa a partir da proposta orçamental.

De acordo com a proposta de Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) 2025, que está a ser analisado nas comissões especializadas da Assembleia da República, em Maputo, a previsão de crescimento no tráfego é justificada “pelo aumento do fluxo de passageiros, ligado aos investimentos feitos na aquisição de mais de 750 vagões”.

Esse crescimento é ainda justificado “pela expectativa de incremento do tráfego de mercadorias, em 2025, com o funcionamento em pleno das linhas férreas reabilitadas e expandidas de Ressano Garcia (via dupla), Matola Gare-Moamba e Machipanda, que vão permitir ligações entre os Portos do Sul e Centro, garantindo assim, maior capacidade e resposta da procura de transporte de carga ferroviária”, segundo o documento governamental.

O Governo moçambicano avançou no final de abril que pretende investir mais de 190 milhões de euros até 2030 na duplicação de linhas ferroviárias, aquisição de carruagens, locomotivas e vagões para reforçar a capacidade de transporte de passageiros e de mercadorias.

“No sistema ferroviário sul e centro, sob gestão direta da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), planificamos investir cerca de 14 mil milhões de meticais [193,3 milhões de euros] no período 2025-2030 na implementação de projetos estratégicos”, disse em 26 de abril o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, ao inaugurar três novas locomotivas, em Maputo.

O governante adiantou que o executivo quer investir o dinheiro na conclusão da duplicação dos restantes 25 quilómetros da linha férrea Ressano Garcia em Maputo, que liga Moçambique e África do Sul, e também na aquisição de mais de 30 carruagens cujo objetivo é reforçar a capacidade de transporte de passageiros.

Pelo mesmo valor, o Governo de Moçambique pretende adquirir até 2030 pelo menos 250 vagões para responder à crescente demanda de transporte de minerais e a compra de pelo menos 15 locomotivas de linha.

O ministro dos Transportes e Logística disse que as três novas locomotivas inauguradas custaram 422,4 milhões de meticais (5,8 milhões de euros) cujo objetivo é reforçar a capacidade de transporte ferroviário de passageiros na região de Grande Maputo, reconhecendo o seu impacto no desenvolvimento das comunidades.

Os resultados operacionais da estatal Porto e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) subiram 55% em 2024, para quase 2,52 mil milhões de meticais (34,7 milhões de euros), e foram transportados mais de sete milhões de passageiros, anunciou a direção.

Segundo informações do presidente do conselho de administração dos CFM, Agostinho Langa, a que a Lusa teve acesso em 14 de abril, este desempenho contrasta com o resultado operacional de 1,63 mil milhões de meticais (22,5 milhões de euros) em 2023, um saldo ainda provisório mas já considerado positivo, apesar dos constrangimentos em 2024, nomeadamente os impactos de vários meses de agitação social pós-eleitoral.

O CFM explora as linhas férreas de Ressano Garcia, do Limpopo e de Goba, o Sistema Ferroviário da Beira, que inclui a linha de Sena, Machipanda e o ramal de Marromeu, a secção comum às três linhas da rede sul e zona de manobras de Maputo, as oficinas gerais do sul e do centro e o Terminal de Alumínio da Matola.

Opera igualmente os terminais de combustíveis em todos os portos nacionais, os terminais de cereais e de carvão no porto de Maputo, e os portos de Quelimane, de Nacala e de Pemba.

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