[weglot_switcher]

Moçambique espera crescimento de 5% na produção agrícola em 2025

Daniel Chapo lançou hoje, em Sussundenga, distrito da província de Manica, no centro do país, a Campanha de Comercialização Agrária de 2025, destacando ainda, em relação às culturas de rendimento, que se registou um crescimento na castanha de caju e macadâmia, de 67% e 32%, respetivamente.
15 Maio 2025, 18h37

O Presidente moçambicano avançou hoje a previsão de crescimento de 5% na produção do setor agrário em 2025, sucedendo ao crescimento também no ano passado, apesar das dificuldades provocadas pelos choques climáticos e agitação social.

“Não obstante as adversidades (…), a campanha de 2024 foi positiva no que se refere à produção de culturas alimentares. Nesse período, registou-se um crescimento de cereais na ordem do 9%, leguminosas em 7% e raízes e tubérculos em 12%, com destaque para a mandioca”, anunciou Daniel Chapo.

O chefe de Estado lançou hoje, em Sussundenga, distrito da província de Manica, no centro do país, a Campanha de Comercialização Agrária de 2025, destacando ainda, em relação às culturas de rendimento, que se registou um crescimento na castanha de caju e macadâmia, de 67% e 32%, respetivamente.

“O subsetor do açúcar, após um período em baixa por conta das intempéries registadas nas campanhas transatas, mostra já sinais de recuperação com um crescimento na ordem dos 10%”, disse ainda Chapo.

Apontou que o Balanço da Campanha de Comercialização Agrária 2024 indica que foram comercializadas 20.104.301 toneladas de produtos diversos, contra 17.257.904 toneladas em 2023, um crescimento de 14% face a 2023.

Chapo acrescentou que o plano de produção do setor agrário para 2025 prevê um crescimento global de 5%, resultado do aumento da área de produção em 2%, do aumento do número de famílias que praticam agricultura e do investimento em novas áreas de agricultura comercial, além do “incremento do número de famílias com acesso a meios de produção”.

“Moçambique encontra-se a lançar os alicerces da sua independência económica, onde a diversificação da economia é fundamental para reduzirmos a nossa dependência de mercados voláteis e assegurarmos rendimentos estáveis aos nossos agricultores e, consequentemente, aos nossos produtores, aos nossos comerciantes e à população em geral”, referiu o Presidente.

A comercialização agrária, continuou “ganha, assim, um papel estratégico, pois, ao criar múltiplas cadeias de valor, dinamizamos as agroindústrias locais e geramos emprego em todo o território nacional”.

Reconheceu ainda que o lançamento desta campanha “acontece numa altura em que o país acaba de atravessar momentos turbulentos”, referindo-se às manifestações pós-eleitorais”, que voltou a descrever como “violentas, ilegais e criminosas”.

“Culminaram com a destruição de infraestruturas públicas e privadas, afetando o tecido social e produtivo da economia, resultando numa variação negativa do Produto Interno Bruto [PIB] em cerca de 4,9% [em 2025]”, alertou, na mesma intervenção.

Daniel Chapo lembrou ainda o impacto dos choques climáticos, nomeadamente os ciclones Dikeledi, Chido e Jude, que causaram de dezembro a março chuvas intensas, cheias e inundações, sobretudo no norte do país, afetando o setor produtivo.

“Vimos vizinhos ajudando vizinhos a reconstruir celeiros, comunidades reconstruindo estradas, mulheres a reerguerem as suas bancas de venda, os jovens carregando cestas de sementes para repor o que tinha sido perdido. Se não fosse essa resiliência do povo moçambicano, um povo unido (…), os 4,9% negativos no nosso PIB seriam mais do que isso”, reconheceu o chefe de Estado.

Daniel Chapo exortou os produtores e intervenientes da comercialização agrária a divulgar as ações de intervenção dos agentes económicos da comercialização, para “garantir a absorção do excedente de produção e melhorar a coordenação entre os atores da cadeia de valor produtiva e comercial, a fim de garantir a segurança alimentar”.

Para esta campanha, avançou que o Governo “tomou atempadamente algumas medidas para travar o declínio económico”, destacando a criação do Fundo de Recuperação Económica, com dotação inicial de 319,5 milhões de meticais (4,4 milhões de euros), para “assegurar o financiamento a micro, pequenas e médias empresas, bem como a setores produtivos com elevado potencial de dinamização económica”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.