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Moçambique quer Banco Mundial para reformas estruturais e FMI como avalista

O ministro das Finanças de Moçambique disse hoje, em entrevista à Lusa, que quer o Fundo Monetário Internacional (FMI) como “avalista” da política económica do país e precisa de instituições como o Banco Mundial para apoiar as reformas estruturais.
14 Outubro 2018, 10h12

Em Bali, na Indonésia, onde participa nos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, Adriano Maleiane defendeu que é importante que o Fundo assuma um papel de “avalista” das políticas económicas que estão a ser seguidas e que continue a “prestar assistência técnica”.

O ministro explicou que essa ajuda deve prosseguir “no domínio da mobilização de recursos”, na área da administração tributária, na elaboração dos projetos”, para que, depois, o FMI possa passar a mensagem de que Moçambique “está no bom caminho”, sobretudo após ter avançado com “a consolidação fiscal com sucesso e medidas difíceis como a eliminação de subsídios”. Ou seja, “reconhecer o esforço” e passar a mensagem aos mercados de que Moçambique “está no bom caminho”, admitiu.

Por outro lado, o ministro das Finanças defendeu um programa a acordar com instituições como o Banco Mundial. “O programa que nós precisamos é de um programa de reforma estrutural, por exemplo no âmbito do Banco Mundial, de outras instituições especializadas. Isso nós precisamos muito”, em especial ao nível de infraestruturas, escolas, educação, estradas”, enumerou.

O Fundo Monetário Internacional antecipa uma subida da dívida pública em Moçambique nos próximos cinco anos, aumentando de 112,9% em 2018 para 130,7% em 2022, antes de descer para os 122,1% em 2023.

De acordo com o ‘fiscal monitor’, divulgado na quarta-feira em Bali, onde decorrem até hoje os encontros anuais do FMI e do Banco Mundial, a dívida pública de Moçambique vai subir, nos próximos cinco anos, para 118,7% no próximo ano, com um pico de 130,7% em 2022.

A média do valor da dívida pública na África subsaariana será de 41,7% este ano, quase três vezes menos que a projeção do FMI para o endividamento de Moçambique.

Já no final de setembro, a agência de notação financeira Fitch decidira manter o ‘rating’ de Moçambique em incumprimento financeiro (‘default’) devido à incapacidade do Governo para chegar a acordo com os credores ou pagar as prestações da dívida pública.

A agência de notação financeira Fitch antecipa um crescimento de 3,5% para Moçambique este ano, abaixo dos 3,7% do ano passado, e um défice orçamental de 5,7% ou 6,9%, incluindo as dívidas atrasadas.

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