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Moldávia pouco entusiasmada com adesão à União Europeia

O ‘sim’ ganhou tangencialmente, desmentindo as sondagens que lhe davam uma margem confortável. A atual presidente ganhou a primeira volta das presidenciais, mas terá forte concorrência dentro de 15 dias.
Moldávia Maia Sandu
FILE PHOTO: Moldovan President Maia Sandu attends a news conference in Chisinau, Moldova, March 18, 2024. REUTERS/Vladislav Culiomza/File Photo/File Photo
21 Outubro 2024, 12h58

A Moldávia votou tangencialmente a favor da adesão à União Europeia, segundo mostraram os resultados quase finais do referendo – que ao longo do final da tarde de domingo dava com insistência um resultado favorável à não-adesão. O resultado é considerado essencial para se perceber se o país pretende escapar da interferência russa. O país votou também para a eleição presidencial.

O referendo pediu aos eleitores que escolhessem se consagrariam na Constituição do país um caminho para a União Europeia; o ‘sim’ atraiu 1,4 milhão de votos, de acordo com a Comissão Eleitoral Central. Quanto às eleições presidenciais, os resultados mostraram que a atual presidente pró-Ocidente, Maia Sandu, lidera a primeira volta com 41,91% – enfrentando o seu concorrente mais próximo, Alexandr Stoianoglo, um ex-promotor pró-Rússia. A segunda volta será dentro de duas semanas.

O voto foi observado como um teste da agenda pró-europeia de Sandu, já que a presidente pediu aos moldavos que votassem sim no referendo para afirmar a adesão à UE como um objetivo constitucional “irreversível”. O resultado apertado é com certeza uma deceção para Sandu e seus aliados em Bruxelas – e vai contra as projeções iniciais, que indicavam que o ‘sim’ teria uma base de apoio de cerca de 60% dos eleitores.

A Moldávia solicitou a adesão à União após a invasão da Ucrânia pela Rússia, que foi condenada por Sandu, e iniciou oficialmente as negociações de adesão em junho, mesmo que os analistas considerem que o país terá fortes dificuldades em cumprir ‘os mínimos’ na área da economia para ser elegível.

A Rússia foi acusada de forte interferência na dupla eleição – até porque tem na Transnístria uma comunidade russófona de forte implantação. As alegações contra Moscou incluem o financiamento de grupos de oposição pró-Kremlin, disseminação de desinformação, interferência nas eleições locais e um esquema de compra de votos.

Sandu culpou “forças estrangeiras” por orquestrarem um “ataque sem precedentes à liberdade e à democracia do nosso país”. “Temos evidências claras de que esses grupos criminosos pretendiam comprar 300 mil votos – uma fraude de escala sem precedentes”, disse, citada por vários jornais.

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