Na sua intervenção no debate geral da 79.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Luís Montenegro apontou “Ucrânia, Gaza, Sudão, Mianmar, o Sahel e agora o Líbano” como “exemplos de graves violações de direitos humanos e sofrimento de milhões de pessoas forçadas a abandonar as suas casas e as suas famílias”.
Mais à frente, falou em particular sobre a guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, recordando a posição de Portugal: “A guerra de agressão da Federação Russa contra a Ucrânia constitui uma violação flagrante do direito internacional, que condenamos de forma veemente”.
O primeiro-ministro alertou para “os efeitos negativos desta guerra – crise alimentar, energética e inflacionista – ecoam no mundo inteiro, com maior impacto nas regiões mais frágeis”.
A seguir, o chefe do Governo PSD/CDS-PP manifestou extrema preocupação “com a situação humanitária e a perigosa escalada na região do Médio Oriente” e apelou “à máxima contenção das partes para evitar o aumento da escalada” no Líbano.
Relativamente à Faixa de Gaza, alvo de bombardeamentos de Israel há quase um ano, na sequência do ataque de 07 de outubro do Hamas, Luís Montenegro começou por se referir a este grupo islamita, que mantém reféns israelitas.
“Condenamos firmemente os horríveis ataques terroristas executados pelo Hamas a 07 de outubro de 2023 e exigimos a libertação de todos os reféns”, afirmou.
“Não nos conformamos, igualmente, com o desastre humanitário e o crescimento do número de vítimas civis em Gaza. É imperativo cessar incondicionalmente as hostilidades, garantir a entrada de ajuda humanitária e o respeito pelo direito internacional. É igualmente imperativo retomar negociações com vista à implementação da solução dos dois Estados – a única que poderá trazer estabilidade à região”, acrescentou.
Sem nunca nomear nem condenar expressamente Israel, o primeiro-ministro declarou também que “Portugal é contra a expansão de colonatos, o confisco de terras nos territórios palestinianos ocupados e as ações de colonos que constituam violações do direito internacional e obstáculos à paz”.
“É nosso interesse comum, de todos, e responsabilidade partilhada zelar pelo estrito respeito do direito internacional e do direito humanitário”, defendeu.
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