O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, admite que a “Europa está preparada” caso o presidente norte-americano decida aplicar tarifas ao bloco europeu, mas mostra-se confiante na capacidade de diálogo dos representantes europeus para evitar taxas pesadas.
Embora considere, pessoalmente, que “o aumento das tarifas não favorecem a própria economia dos Estados Unidos”, Luís Montenegro acredita no poder da “argumentação” que a União Europeia (UE) irá usar para evitar a sobrecarga de tarifas comerciais.
Donald Trump anunciou taxas de 10% para a China, 25% para o Canadá e México, instaurando-se uma nova guerra comercial no mundo, que entram em vigor na terça-feira, 4 de fevereiro. Também a UE irá ser vítima destas tarifas, embora Trump não tenha revelado valores ou datas.
“Os EUA são um parceiro comercial, um parceiro político de primeira linha da UE. E não há razão para não termos capacidade de demonstrar, com argumentação, as virtudes de termos trocas comerciais que não estejam marcadas por uma excessiva carga tarifaria”, disse Montenegro à entrada do Palais d’Egmont em Bruxelas, onde participa num encontro informal com líderes europeus.
Ainda assim, Luís Montenegro sublinhou que as ameaças do presidente norte-americano estão “a ser levadas a sério”, uma vez que se tratar de um líder com “legitimidade” e que foi legitimamente eleito pelo povo.
“A minha convicção é que o diálogo político deve ser a chave para podermos ter condições económicas, para ter boas taxas de crescimento, quer nos EUA, quer na Europa”, partilhou o primeiro-ministro português.
Contudo, Montenegro não esqueceu as consequências, sobretudo uma mais direta e que também irá afetar os norte-americanos. “Não é preciso um prémio Nobel de Economia para perceber que o aumento das tarifas sobre produtos que colaboram para a formação do preço do lado das indústrias norte-americanas vai implicar um aumento de preços”, sendo que tal já aconteceu no primeiro mandato.
Sobre a possibilidade de algo que definiu como uma “excessiva carga tarifária” ao bloco europeu, Montenegro lembrou que a situação económica na UE “não é brilhante”, uma vez que as economias francesa e alemã enfrentam desafios, mas que se apresenta como um “bloco comercial competitivo à escala global”, assente em inovação, conhecimento e capacidade da indústria transformadora.
Esta segunda-feira, o governador do banco central francês e membro do Banco Central Europeu, Francois Villeroy de Galhau, alertou que as tarifas impostas por Donald Trump vão aumentar a incerteza económica.
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