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Montenegro confiante que UE vai evitar “excessiva carga tarifária” dos EUA

Luís Montenegro acredita no poder da “argumentação” que a União Europeia irá usar para evitar a sobrecarga de tarifas comerciais. 
Luís Montenegro António Costa
European Council President Antonio Costa (L) welcomes Portugal’s Prime Minister Luis Montenegro as he arrives for the EU leaders’ informal meeting at Palais d’Egmont in Brussels, Belgium, 03 February 2025. The EU leaders gather to discuss how to strengthen European defense capabilities. EPA/NICOLAS TUCAT / POOL
3 Fevereiro 2025, 12h43

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, admite que a “Europa está preparada” caso o presidente norte-americano decida aplicar tarifas ao bloco europeu, mas mostra-se confiante na capacidade de diálogo dos representantes europeus para evitar taxas pesadas.

Embora considere, pessoalmente, que “o aumento das tarifas não favorecem a própria economia dos Estados Unidos”, Luís Montenegro acredita no poder da “argumentação” que a União Europeia (UE) irá usar para evitar a sobrecarga de tarifas comerciais.

Donald Trump anunciou taxas de 10% para a China, 25% para o Canadá e México, instaurando-se uma nova guerra comercial no mundo, que entram em vigor na terça-feira, 4 de fevereiro. Também a UE irá ser vítima destas tarifas, embora Trump não tenha revelado valores ou datas.

“Os EUA são um parceiro comercial, um parceiro político de primeira linha da UE. E não há razão para não termos capacidade de demonstrar, com argumentação, as virtudes de termos trocas comerciais que não estejam marcadas por uma excessiva carga tarifaria”, disse Montenegro à entrada do Palais d’Egmont em Bruxelas, onde participa num encontro informal com líderes europeus.

Ainda assim, Luís Montenegro sublinhou que as ameaças do presidente norte-americano estão “a ser levadas a sério”, uma vez que se tratar de um líder com “legitimidade” e que foi legitimamente eleito pelo povo.

“A minha convicção é que o diálogo político deve ser a chave para podermos ter condições económicas, para ter boas taxas de crescimento, quer nos EUA, quer na Europa”, partilhou o primeiro-ministro português.

Contudo, Montenegro não esqueceu as consequências, sobretudo uma mais direta e que também irá afetar os norte-americanos. “Não é preciso um prémio Nobel de Economia para perceber que o aumento das tarifas sobre produtos que colaboram para a formação do preço do lado das indústrias norte-americanas vai implicar um aumento de preços”, sendo que tal já aconteceu no primeiro mandato.

Sobre a possibilidade de algo que definiu como uma “excessiva carga tarifária” ao bloco europeu, Montenegro lembrou que a situação económica na UE “não é brilhante”, uma vez que as economias francesa e alemã enfrentam desafios, mas que se apresenta como um “bloco comercial competitivo à escala global”, assente em inovação, conhecimento e capacidade da indústria transformadora.

Esta segunda-feira, o governador do banco central francês e membro do Banco Central Europeu, Francois Villeroy de Galhau, alertou que as tarifas impostas por Donald Trump vão aumentar a incerteza económica.

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