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Montenegro diz que Portugal “aprendeu mesmo” com “processo de recuperação doloroso”

“Nós somos um referencial de estabilidade depois de um processo de recuperação, eu diria doloroso, mas onde creio que, desta vez, o país aprendeu mesmo. Vai continuar a preservar rigor e disciplina orçamental, mas vai conjugar isso com um ambiente económico favorável ao investimento”, afirmou o primeiro-ministro.
Lusa
17 Dezembro 2024, 17h57

O primeiro-ministro reiterou hoje que Portugal é um “referencial de estabilidade” numa Europa com “os dois maiores motores engripados”, considerando que “o país aprendeu mesmo” com um “processo de recuperação doloroso” e vai manter o rigor orçamental.

Num discurso no Fórum Euro-Américas, no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Cascais, Luís Montenegro lembrou que a Europa tem hoje os seus “dois maiores motores engripados”, referindo-se à França e à Alemanha.

“A Alemanha está estagnada economicamente – com um processo eleitoral antecipado agora à porta -, a França com instabilidade política, um endividamento e um défice muito, muito preocupantes e a Espanha com uma fragilidade governativa que, apesar do seu desempenho económico, não deixa de colocar algumas reservas”, apontou.

O chefe do executivo disse não estar a falar dos “amigos alemães, franceses, espanhóis” para criticar o seu “prejuízo ou insucesso”, mas antes para frisar que Portugal, perante esse “ambiente próximo”, se pode destacar como um referencial devido à sua “estabilidade política e financeira” e ao “vigor económico, académico” e da sua diáspora.

“Nós somos um referencial de estabilidade depois de um processo de recuperação, eu diria doloroso, mas onde creio que, desta vez, o país aprendeu mesmo. Vai continuar a preservar rigor e disciplina orçamental, mas vai conjugar isso com um ambiente económico favorável ao investimento”, afirmou.

Montenegro frisou que, além dessa atratividade para investimentos, Portugal é também “um bom sítio para visitar” – elogiando que hoje o país tenha uma taxa de turistas norte-americanos “muito relevante” -, mas afirmou que é “mais do que isso”.

“Nós somos indústria, somos comércio, somos serviços, somos agricultura, somos pesca, somos conhecimento, somos fiáveis e somos seguros”, garantiu, acrescentando que a segurança é fundamental para a liberdade individual e para a proteção da comunidade, mas é também “um alvo económico” que o Governo pretende continuar a garantir.

“Aqueles que pensam que Portugal como o país mais seguro do mundo – que é – está condenado a sê-lo eternamente, devem olhar para exemplos como a Suécia, como os Países Baixos, como à Bélgica e perceber que, se não atacarmos fenómenos de aumento de criminalidade, nós podemos perder esse fator”, avisou.

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